Visando a agregar valor, produtores lançam hoje, em São Roque de Minas, novo diferencial para a iguaria
Com vistas a promover e agregar valor à produção do queijo canastra, será lançada, hoje, em São Roque de Minas, no Centro-Oeste do Estado, a marca "Região do Queijo da Canastra". O objetivo dos produtores é diferenciar o produto regional dos demais.
Uma prova de que essa diferenciação tem dado certo é o resultado alcançado dois anos depois da conquista do selo de Indicação Geográfica, na modalidade Indicação de Procedência (IP). Em alguns casos, o queijo canastra já é negociado a valores 100% superiores. O lançamento do selo IP está previsto para 2015.
De acordo com o analista técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) e responsável técnico pelo projeto marca Região do Queijo da Canastra, Ricardo Boscaro, as expectativas em relação ao lançamento da marca são bastante positivas. A Associação de Produtores de Queijo Minas Artesanal da Serra da Canastra (Aprocan) gerenciará o uso da marca, e o estabelecimento comercial interessado deve obedecer a normas exclusivas.
"O lançamento da marca vem para profissionalizar ainda mais a produção e a comercialização do queijo canastra e será utilizada em paralelo com o selo de Indicação de Procedência, previsto para ser lançado em 2015. Com a identidade vamos desenvolver o marketing do queijo da região. Tanto os produtores como comerciantes, hotéis e demais pontos de vendas, por exemplo, poderão utilizar a identificação. Mas, para isso, terão que obedecer a uma série de normas que têm como objetivo proteger a produção do queijo canastra. Com a marca, também pretendemos valorizar o queijo".
Outra ação que promoverá ainda mais o queijo canastra é o lançamento do selo Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência (IP), conquistado pelos produtores há dois anos e que também será gerido pela Aprocan.
"As regras para o uso do selo IG já foram definidas e a expectativa é lançar o selo em 2015. um processo lento e gradual, mas que fará muita diferença na região. Estamos trabalhando com um pequeno grupo de produtores, que manifestaram o interesse desde o início do projeto, mas acreditamos que, no futuro, as ações abrangerão todos os produtores localizados na região que se adaptarem às normas estabelecidas para a conquista do IG. Atualmente o conselho regulador dos produtores está recebendo as fichas de interessados e avaliando quem está apto a usar o selo", disse.
Ainda segundo Boscaro, a região do Canastra concentra cerca de 800 produtores, distribuídos em sete municípios - Bambuí, Delfinópolis, Medeiros, Piumhi, São Roque de Minas, Tapiraí e Vargem Bonita. Cada produtor fabrica, em média, 21 queijos por dia, sendo o processo totalmente artesanal.
Ganhos - Desde a conquista do selo de Identificação de Procedência, vários produtores vêm investindo na melhoria da qualidade e padronização do queijo. O resultado observado é a conquista de novos mercados e a agregação de valor ao produto final. Para se ter ideia, antes da conquista do IP a unidade de queijo canastra, que era negociada em torno de R$ 12, hoje é comercializada, em média, a R$ 25.
"A demanda pelo queijo canastra é crescente e acreditamos que ainda tem muito espaço para novas expansões. Devido à qualidade e às características exclusivas, como o sabor e textura, o produto tem sido muito apreciado por chefes de cozinha, restaurantes e empórios. São clientes que estão dispostos a pagar um valor maior pela qualidade e sabor diferenciado do queijo", explicou.
A comercialização do queijo canastra é feita em Minas Gerais e demais estados. Para as negociações interestaduais, é necessário que o produtor tenha o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa), concedido no Estado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
Veículo: Diário do Comércio - MG