Portas fechadas: Quebra na tradição prejudica lojistas, consumidores e trabalhadores
Os shoppings de Belém não farão a tradicional virada da noite de 23 para 24 de dezembro, véspera de Natal. A capital do Pará será a única do país em que esses complexos estarão de portas fechadas para o comércio varejista. Por causa disso, caíram em quase 20% as contratações de trabalhadores comerciários temporários neste fim de ano e as vendas não chegarão nem de perto do que foi registrado nos últimos três anos, segundo informou ontem o diretor do Pátio Belém, Tony Bonna.
A quebra na tradição da virada decorreu de um aditivo de última hora na convenção coletiva de trabalho que impede a abertura dos estabelecimentos comerciais de Belém no horário das 22h às 6 horas e que acabou atingindo os shoppings centers. Tonny Bonna disse que havia uma cláusula nesse sentido na convenção e, para completar, a Prefeitura de Belém estabeleceu o horário de funcionamento do comércio só até as 22 horas, mas não estabelecia o horário de abertura. Por conta disso, segundo Fernando Cairo, superintendente do Boulevard Shopping, os lojistas estabelecidos nos shoppings passaram a se articular para cumprir a ordem de fechamento às 22 horas, mas para reabrirem imediatamente após a meia-noite do dia 24 de dezembro, véspera de Natal.
Segundo Tony Bona, como os shoppings têm regime diferenciado, o funcionamento ocorreria das 10 até 23 horas durante este mês e, já a partir do próximo fim de semana, até a meia-noite. Tudo estava funcionando certinho, mas a ordem de fechamento acabou chegando aos shoppings por causa do aditivo firmado entre os sindicatos, indo de encontro aos interesses dos lojistas, dos trabalhadores, que têm, nesta época, a chance de aumentarem seus rendimentos, e dos consumidores, que ganhariam mais tempo para fazer compras com mais calma, pesquisando preços, etc.
Bonna, assim como Fernando Cairo, criticou o aditivo feito na convenção coletiva de trabalho, argumentando que esta é a maior fase de vendas no comércio varejista, e que os lojistas, vendedores e consumidores, acabaram perdendo uma grande oportunidade de fazerem bons negócios.
Indagado se há alguma coisa que ainda possa ser feita para reverter a ordem de fechamento dos shoppings, Fernando Cairo disse que não, a menos que seja feita uma nova mudança na convenção de trabalho e que os lojistas, neste momento, não têm a quem recorrer, tendo em vista o fato de que o aditivo foi assinado em comum acordo com o sindicato que deveria defendê-los com a abertura permanente dos shoppings nesta ocasião das festas de fim de ano.
Veículo: O Liberal - PA