Ainda pouco conhecidas no Brasil, plataformas cobram comissões pelas vendas efetuadas. Sites que migraram das compras coletivas também servem como vitrine na hora de queimar o estoque
Com recursos que vão da entrega de cupons virtuais ao oferecimento de dinheiro ao cliente, pequenas empresas têm novas opções para aumentar a divulgação de suas queimas de estoque. Entre as vantagens de usar esse tipo de serviço, estão a possibilidade de aproveitar a audiência que eles recebem --em geral, pagando apenas pelas vendas efetuadas.
O problema é que essas vitrines para ofertas estão em um estágio inicial de desenvolvimento e ainda não fazem parte da cultura do consumidor no Brasil, afirma Alexandre Suguimoto, presidente da Abradi-SP (Associação Brasileira de Agentes Digitais).
Entre as empresas que abriram espaço para liquidações, estão Peixe Urbano e Groupon, duas das que lideraram a febre das compras coletivas iniciada em 2009. Após a entrada de mais de mil empresas no setor e o colapso da reputação do modelo, as principais companhias abandonaram a ideia inicial em 2013 e passaram a divulgar a venda de produtos mais baratos sem exigir que um determinado número de pessoas os comprassem.
No Peixe Urbano, das cerca de 5.000 ofertas divulgadas, 967 são de produtos --a maior parte das ofertas são de serviços e viagens. E 15% são queima de estoque, diz Ilson Bressan, diretor comercial do Peixe Urbano.
Outra possibilidade disponível para lojas virtuais é a oferta de cupons promocionais. Ela serve, por exemplo, para que a TodoVino desove seu estoque de vinhos antes de que se aproxime o prazo de validade, conta Carlos Alberto Almeida, 51, gerente de e-commerce da empresa. No Carnaval, a companhia vai fazer uma liquidação com até 70% de desconto.
Nesse tipo de serviço, sites disponibilizam códigos promocionais. O cliente tem acesso a eles gratuitamente nas plataformas e pode usá-los nas lojas on-line na hora de fechar a compra.
Na CupoNation, criada em 2013, 2.500 lojas estão divulgando 4.500 promoções. A companhia cobra uma taxa por itens vendidos a partir de seus sistema.
PROXIMIDADE
Segundo Suguimoto, da Abradi, as pequenas empresas devem ganhar força nas promoções virtuais à medida que surgirem aplicativos que usam dados sobre a localização dos clientes para mostrar ofertas nas proximidades.
É a aposta da empresa Guiato. No site ou no aplicativo da companhia, é possível encontrar panfletos dos estabelecimentos das redondezas. O anunciante paga alguns centavos por anúncio visualizado, diz o presidente Clineu Junior, 39.
Outra forma de tentar fazer o cliente ir à liquidação é oferecer dinheiro para ele gastar na loja.
A estratégia é desenvolvida pela empresa Giver, de Joinvile (SC). Marcelo Klein, 28, diretor de operações da empresa, explica que o software da companhia permite que se observe quanto cada cliente costuma gastar e dá um valor para ele gastar em um curto período de tempo.
O serviço custa R$ 200 por loja --hoje, a companhia só atende redes de franquia com ao menos cinco unidades.
Veículo: Folha de S. Paulo