Empresas especializadas de Belo Horizonte investem em receitas inovadoras e em produtos com valores simbólicos
Enquanto os foliões ainda aproveitam a ressaca do Carnaval, os fabricantes de chocolates já se preparam para a Páscoa. A fim de motivar o consumidor a presentear, as empresas especializadas investem em receitas inovadoras e em produtos com valores mais simbólicos. No entanto, a expectativa é que produção e faturamento registrem incremento tímido, entre 2% e 5%, em relação ao ano passado.
A Qoy, com fábrica no bairro Funcionários, na região Centro-Sul, deu início à produção dos ovos em janeiro e estima crescimento de 2% na comparação com 2014. Conforme a diretora comercial, Flávia Falci, a empresa provavelmente vai vender uma quantidade maior, porém os itens mais baratos devem liderar a preferência do comprador. "No ano passado o tíquete médio foi de R$ 50, mas neste ano acreditamos que ele cairá para R$ 39", prevê.
Na visão da empresária, a frágil conjuntura econômica e o avanço da inflação incentivam os clientes a pesquisar e a reduzir gastos. Por isso, a empresa realizou uma pesquisa de mercado e passou a desenvolver produtos com preços bastante variados, partindo de R$ 10 e chegando a extrapolar R$ 50. A Qoy ainda investe em chocolates com maior concentração de cacau, ovos sem glúten, açúcar e lactose, que começaram a ser mais procurados no último ano.
Atualmente, a época de Páscoa corresponde a aproximadamente 30% do faturamento anual da organização. Flávia salienta que, embora a data ainda seja relevante, perdeu representatividade desde que as lojas da marca foram transformadas também em cafeterias. "Foi uma maneira que encontramos de reduzir a sazonalidade e manter os negócios aquecidos durante todo o ano, pois passamos a ter outros atrativos como cafés, pães de queijo e sorvetes", justifica.
Na Lalka, com fábrica no bairro Floresta, na região Leste, os ovos menores começaram a ser fabricados no início de janeiro. De acordo com o proprietário, Roberto Marques Grochowski, a produção deve aumentar 5% frente às cinco toneladas fabricadas em 2014. "Eu sou sempre otimista neste período, embora eu esteja um pouco mais receoso neste ano. A situação do país está realmente complicada", admite o empresário.
Segundo ele, a marca sempre investe em novidades e aquelas que serão introduzidas no mercado neste ano estão em fase de elaboração. No último exercício, por exemplo, foi feito um bolo de maçã recheado com cereja e os ovos de bala. Mas, mesmo com tantas opções, o tradicional ovo de chocolate ao leite se mantém como campeão de vendas.
Outra maneira de atrair o cliente é apostar na variedade de tamanhos. "Os ovos vão de cinco gramas a 25 quilos e isso certamente chama a atenção", ressalta.
Na Fany Bombons, com planta no Sion, na região Centro-Sul, os 400 quilos fabricados especificamente para a Páscoa começaram ser produzidos neste mês. A proprietária, Fany Balabram, não aposta em alta significativa das vendas e, portanto, prefere manter a produção no mesmo ritmo do ano anterior. "Percebo que as pessoas estão comprando menos e eu não estou muito otimista. Provavelmente vou investir em novidades, mas ainda não sei ao certo quais serão elas", diz.
Boas perspectivas - A recém-criada Madeleine Pâtisserie, que completa um ano de mercado nesta Páscoa, é mais otimista e projeta dobrar as vendas na comparação com o exercício anterior. Para a proprietária, Bianca Boueri, a principal aposta é o ovo cupcake, que vem em formato de meio ovo, mas tem recheio de bolo e cobertura. A empresária planeja iniciar a divulgação dos produtos nas redes sociais na próxima semana.
"Na Páscoa passada eu tinha acabado de lançar a empresa e poucas pessoas conheciam. Eu passei o último ano focada em divulgação e, durante esse tempo, consegui conquistar muitos clientes. Por isso, a minha expectativa é bastante positiva", esclarece. A empreendedora atende apenas sob encomenda e, para conseguir suprir toda a demanda, conta com o auxílio de mais três colaboradoras.
Veículo: Diário do Comércio - MG