A receita da indústria de embalagens atingiu R$ 36,6 bilhões em 2008, o que representa um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior, segundo projeções da Fundação Getúlio Vargas (FGV) feitas para a Associação Brasileira de Embalagens (Abre). Apesar do resultado positivo, o setor registrou queda de 0,61% no volume produzido.
O resultado teve impacto principalmente do desempenho do quarto trimestre de 2008, quando a produção física apresentou queda de 6,97% sobre o igual período de 2007. No primeiro semestre do ano passado, o setor havia registrado crescimento de 1,91% sobre igual período do ano anterior, número que foi compensado negativamente pela queda de 2,99% apurada no segundo semestre de 2008.
O segmento mais afetado em produção no ano passado foi o de madeira, que apresentou retração de 12,2%. As embalagens de vidro tiveram queda de 3,85% e as de metal caíram 3,52%. Os segmentos de embalagens de plástico e papel (papel, papelão e cartão) cresceram 0,59% e 2,06%, respectivamente.
Segundo pesquisa da FGV, as projeções para este ano devem considerar dois cenários distintos.No cenário mais otimista, no qual se estima um "descolamento moderado" da atividade interna em relação ao exterior, a produção nacional de embalagens deve apresentar queda de 2% no primeiro e no segundo trimestres em relação aos mesmos períodos de 2008. No terceiro trimestre, a expectativa é de estabilidade. Só no quarto trimestre a indústria deve crescer ao redor de 3%. Assim, no acumulado do ano a produção de embalagens ficaria estável em 2009.
No cenário pessimista, o setor teria retração de 3% de janeiro a março e de 4% nos três meses seguintes, reduzindo o ritmo de queda para 2% no terceiro trimestre. Apenas no quarto trimestre há uma expectativa de alta, de 1%. Nesse quadro, o resultado anual ficaria negativo em 2%.
Para o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros, a recuperação do setor esperada para o quarto trimestre pode ser explicada pela expectativa de que haja melhora da economia brasileira ao longo de 2009 e também devido à base de comparação mais fraca do período de outubro a dezembro de 2008, quando o setor teve queda de 6,97%.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ