Segundo a Conab, área destinada à produção cairá 1,6%, somando 3,19 milhões de hectares
A produção de grãos em Minas Gerais deve recuar 1,7% na safra 2014/15, com a colheita de 11,46 milhões de toneladas, frente as 11,66 milhões de toneladas geradas no período produtivo anterior. A queda se deve à redução da área produtiva e à interferência negativa da seca em algumas culturas.
Os dados são do sétimo levantamento da safra de grãos, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o levantamento, a produtividade no Estado será 0,2% inferior, com um volume médio de 3,59 toneladas por hectare. A área destinada à produção deve ficar 1,6% menor, somando 3,19 milhões de hectares.
Dentre as culturas, a produção de milho primeira safra deve recuar 3,8% com a colheita de 5,52 milhões de toneladas. O resultado se deve à redução da área plantada, que ficou 6,9% menor com o uso de 1,02 milhão de hectares. A migração para a soja, produto que tem maior liquidez, é uma das justificativas para a redução.
A produtividade do milho foi estimada em 5,4 toneladas por hectare, aumento de 3,3% frente a safra anterior. De acordo com os pesquisadores da Conab, os efeitos da seca sobre a produtividade do cereal na primeira safra serão estimados, com maior precisão, no próximo levantamento quando a colheita estiver mais avançada.
Para a segunda safra do milho a expectativa é de um aumento de 1,7%, com produção em torno de 1,2 mil toneladas. A área a ser cultivada é de 220 mil hectares, 3,4% menor que a adotada em igual safra de 2013/14. A produtividade média pode alcançar 5,5 toneladas por hectare, o que se concretizado representará ganhos de 5,3%. Somando as duas safras de milho, o Estado será responsável pela colheita de 6,7 milhões de toneladas, queda de 2,8%.
Soja - Já a produção de soja será de 3,35 milhões de toneladas, incremento de 1% frente à safra anterior. A área destinada ao produto foi ampliada em 6,4%, somando 1,3 milhão de hectares. A estiagem atípica registrada em janeiro comprometeu a produtividade das lavouras de soja. Em Minas Gerais, o rendimento está próximo a 2,5 toneladas por hectare, queda de 5,1%. O resultado frustrou as expectativas dos produtores mineiros, que esperavam colher um volume recorde de 3,84 milhões de toneladas na safra atual.
A produção de feijão na primeira também ficará menor. A estiagem comprometeu a produtividade que recuou 7,1% no período, com rendimento médio 1,08 tonelada por hectare. A área destinada à cultura foi reduzida em 11%, 159,1 mil hectares, em razão do desestímulo dos preços de mercado na ocasião do plantio, da melhor competitividade das culturas de milho e soja e dos elevados riscos de perdas. Com as reduções na produtividade e área, o volume a ser colhido foi estimado em 172,9 mil toneladas, retração de 17,4%.
Para a segunda safra de feijão, a estimativa é colher 150,9 mil toneladas, 8% a menos que em igual período do ano passado. A produtividade deve alcançar 1,38 tonelada por hectares, aumento de 2,4%. Já a área destinada ao cultivo recuou 10,2%, totalizando 108,8 mil hectares.
Na terceira safra, que é irrigada, a produção de feijão deve crescer 11,5%, com a colheita de 224,6 mil toneladas. Com isso, Minas Gerais deve encerrar a safra 2014/15 com uma produção total de 548,4 mil toneladas de feijão, volume 4,6% inferior ao gerado na safra de 2013/14.
No caso do algodão em caroço, a estimativa da Conab é de um recuo de 6,6% na produção, 67,7 mil toneladas. A queda tem como justificativa a redução da área planta, 10%, somando 18,8 mil hectares. O espaço menor se deve ao desestimulo do produtor, em decorrência dos preços baixos pagos pela pluma em 2014 e a concorrência com produtos mais lucrativos, como a soja, por exemplo. A produtividade foi calculada em 3,6 toneladas por hectare, rendimento 3,8% maior.
Veículo: Diário do Comércio - MG