A desaceleração do varejo fez a produção de roupas do Estado de São Paulo cair cerca de 40% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2014, segundo dados preliminares do Sindivestuário (sindicato das confecções).
Em todo o país, o setor acumulou um recuo de 18% entre janeiro e maio.
Desde 2012, a indústria vem reduzindo o número de peças fabricadas. Primeiro, por causa das dificuldades de competir com os importados, principalmente os chineses, e agora devido à crise econômica brasileira.
"Nunca vi nada parecido nos últimos 40 anos. As empresas não conseguem vender. Estão só fazendo estoque", diz o presidente da entidade, Ronald Masijah.
"Os bancos cortaram o crédito e as pessoas pararam de comprar. Veio a crise política e formou-se uma tempestade perfeita. Muitos estão com receio de perder o emprego."
Em junho, aproximadamente 150 companhias fecharam no Estado, que tem 10 mil empresas em operação e é responsável por 40% da produção nacional. Nos últimos 12 meses encerrados em maio, 48 mil pessoas foram demitidas em todo o país -17% delas neste ano.
O Sindivestuário espera recuperar parte das vendas neste segundo semestre e fechar o ano com uma retração de 20% no Estado. Nacionalmente, o recuo deverá ficar ao redor de 16%, de acordo com Masijah, que também é sócio da fabricante paulistana de lingeries Darling.
Veículo: Jornal Folha de S.Paulo
Produção paulista de roupas diminui 40%
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