Pesquisa do Dieese aponta altas consecutivas nos preços de um dos alimentos mais consumidos pelos paraenses
A famosa dobradinha do feijão com o arroz, geralmente presente na mesa dos paraenses, está cada vez mais cara. Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Dieese no Pará (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) aponta que os aumentos no preço do alimento quase sempre foram acima da inflação do período.
O estudo do Dieese, que é realizado desde a implantação do plano Real, há 21 anos, aponta que durante todos esses anos as altas chegam a 300%. Em junho de 1994, por exemplo, o quilo do feijão custava R$ 1,10 na grande Belém. Já em junho deste ano custa R$ 4,31.
Últimos seis meses - No final do ano passado, em dezembro, o quilo do feijão foi comercializado, em média, a R$ 3,25; passando para R$ 4,02 em janeiro; R$4,29 em fevereiro; março manteve o valor de fevereiro; abril R$ 4,33; maio a R$ 4,35; e no mês passado, houve um ligeiro recuo, sendo vendido em média a R$ 4,31.
Com isso, no mês passado, o preço do quilo do feijão teve uma pequena queda de 0,92% em relação ao mês de maio, mas se analisado o primeiro semestre do ano, a alta acumulada do alimento chega a 33%, com inflação de 6,8%.
De acordo com a pesquisa, a previsão de consumo mensal de feijão por trabalhador no Pará é de 4,5 kg, com isso, o gasto com o alimento no mês de junho chegou a R$ 19,40, causando impacto de 2,68% no salário mínimo.
'A conclusão mais uma vez é de que, em virtude dos produtos básicos continuarem com preços elevados, encarecendo a cesta básica, os paraenses a cada dia precisariam aumentar sua carga horária de trabalho para adquirir os mesmos produtos, ou seja, é preciso trabalhar cada vez mais para comprar as mesmas coisas nas mesmas quantidades', finalizou Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese no Pará.
Veículo: Jornal O Liberal - PA