Os produtores de soja do Rio Grande do Sul seguem com o trabalho de plantio das lavouras em ritmo acelerado, contando com as condições de umidade do solo e se antecipando à chuva que é prevista para os próximos dias. De acordo com o informativo conjuntural divulgado nesta quinta-feira pela Emater, nesta semana o percentual de área plantada alcançou os 58%, alguns pontos abaixo da média histórica registrada nos últimos cinco anos, que é de 65% para esta época.
Até o momento, o desenvolvimento das lavouras de soja é considerado bom, a exceção são as áreas semeadas nos dias que antecederam as fortes chuvas da segunda semana de novembro, que aliadas à umidade do solo acima do ideal para o plantio, provocaram a formação de uma crosta superficial que vem impedindo a emergência das plântulas, ou mesmo apodrecendo as sementes e impedindo sua germinação, explicam os técnicos da Emater.
Em relação ao milho, os extensionistas registraram um bom desenvolvimento e alto potencial produtivo, já que o clima tem sido favorável para a cultura. O percentual da área estimada para a safra deste ano já semeada chega a 90%, com 48% dela em desenvolvimento vegetativo, 25% em floração e 17% em fase de enchimento de grãos.
Com o quadro atual, os milharais destinados à elaboração de silagem de pé inteiro começam a ser cortados. Nos demais, o produtor já realizou o controle de ervas daninhas e a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura e agora faz o monitoramento de pragas e doenças, destaca a Emater.
Na maioria das regiões, beneficiada pelo clima favorável, a lavoura do feijão apresenta bom desenvolvimento e potencial produtivo satisfatório. O desenvolvimento vegetativo ainda é a fase com a maior percentual de área, mas avançando nas fases de floração e formação de vagens. As plantas estão apresentando boa sanidade e baixa incidência de pragas. Em algumas localidades de regiões mais altas (Alto da Serra do Botucaraí e Serra), as ocorrências de ventos frios no final de semana prejudicaram o desenvolvimento da cultura, pois as plantas em fase reprodutiva são mais sensíveis a esse evento climático.
Na zona mais expressiva em área de feijão no Estado, nos Campos de Cima da Serra, o plantio ocorre mais no tarde, e ainda apresenta poucas lavouras semeadas. Nessa região, a semeadura ocorre normalmente após a colheita do trigo, ou seja, no período que corresponde ao final de novembro e dezembro.
Colheita do trigo está quase terminada
Em relação ao trigo, segundo dados da Emater, a safra 2015 se encaminha para o encerramento, atingindo 95% da área plantada já colhida. Nas lavouras restantes – localizadas em zonas mais frias, como Serra e Sul – a colheita deverá ser finalizada nos próximos dias.
As produtividades obtidas recentemente não modificaram o quadro de quebra em relação ao que era esperado inicialmente como razoável, mesmo com as boas produtividades registradas nas regiões da Serra e nos Campos de Cima da Serra, onde foram retiradas cargas médias ao redor dos 3 mil quilos por hectare. Assim como ocorreu no ano passado, a qualidade também foi outro fator a prejudicar a cultura este ano, ficando bem aquém do aceitável para a valorização do produto. Resta agora ao agricultor voltar-se para a safra de verão e esperar que o clima colabore até lá. A Emater espera finalizar os números da safra 2015 na próxima semana.
Veículo: Jornal do Comércio - RS