Empresa, que vendeu área de cosméticos para a francesa Coty, quer ir além dos genéricos e dos remédios sem prescrição.
A Hypermarcas quer ampliar sua participação no setor de medicamentos com prescrição, que deve ser um foco da empresa após a concentração de suas atividades no setor farmacêutico, disse o presidente da companhia, Claudio Bergamo, que participou ontem de encontro com analistas e investidores.
No mês passado, a empresa anunciou a venda de seu negócio de cosméticos para a francesa Coty por R$ 3,8 bilhões, dentro dos esforços para reduzir o endividamento e se concentrar na área farmacêutica. A empresa também está em busca de um comprador para sua divisão de fraldas.
A venda da divisão de consumo da Hypermarcas abriu espaço para que a companhia volte a estudar consolidação no setor farmacêutico. O Aché, um dos maiores laboratórios nacionais com presença em remédios com prescrição, é apontado como alvo da companhia, segundo fontes. “O movimento não é para este momento, mas é considerado factível”, disse uma fonte. Procurado, o Aché não retornou os pedidos de entrevista.
Dados apresentados pela Hypermarcas com base em informações da IMS Health apontam que a participação da empresa em medicamentos com prescrição chegou a 4,8% em outubro de 2015 no critério PPP (Pharmacy Purchase Power – que estima o preço no ponto de venda), que movimenta R$ 24,9 bilhões. Em outras categorias, a Hypermarcas informou que tem uma fatia de mercado mais relevante. Nos remédios sem prescrição (OTC), é de 14,7% e, em genéricos e similares, de 14,2%.
“Como o mercado de prescrição é muito grande e nossa participação é pequena, surge uma oportunidade de sermos mais relevantes”, disse Bergamo.
Bergamo afirmou ainda que a nova fase de concentração da companhia no setor farmacêutico vai representar também mudanças de foco nos investimentos.
Segundo ele, nos últimos anos os aportes estiveram dedicados ao processo de concentração das unidades fabris da Hypermarcas no Estado de Goiás, mas que agora poderia expandir a capacidade produtiva onde for necessário e investir em novas tecnologias.
O presidente da Hypermarcas disse ainda que a empresa quer abrir um centro de inovação para produtos farmacêuticos e busca encurtar o prazo de chegada ao mercado de seus lançamentos.
Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo