Endividado, com medo do desemprego e da carestia, o brasileiro pisará no freio neste Natal e a expectativa no varejo é de que o sonho da melhor época de vendas do ano se transforme em pesadelo em 2015. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que as vendas caiam 4,1% no período em relação ao ano anterior. Será a primeira vez, desde 2004, que o setor registrará resultado negativo.
Para o superintendente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Éverton Correia, a inflação elevada e o alto nível de inadimplência são fatores que influenciam no recuo das vendas. “O poder de compra do consumidor está cada vez mais baixo e a inflação corrói o salário do trabalhador”, avalia.
Ele aponta a falta de planejamento orçamentário do brasileiro como fator principal para o crescimento da inadimplência. “As compras por impulso prejudicam muito”, alerta. De acordo com o SPC, 41% dos brasileiros que compram por impulso estão inadimplentes. “Quase metade do país está com pagamentos atrasados. Também por isso é difícil um Natal farto”, comenta.
Na tentativa de minimizar o prejuízo, no entanto, o comércio tenta se adequar às exigências e condições atuais de consumo. A recomendação aos lojistas, segundo Correia, é de que negociem com fornecedores mercadorias de qualidade a preços melhores para poder repassar o benefício aos consumidores. “Muitas lojas têm feito um mix de produtos para caber no orçamento. Isto garante que o cliente continue comprando, só que por preços menores” completa.
Para Correia, o setor varejista segue as novas tendências e se mostra cada dia mais criativo. “É uma via de mão dupla; se o comércio facilitar, o consumidor compra e todo mundo sai feliz na história”, explica.
Veículo: Jornal Diário de Pernambuco