Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Brasília teve a inflação mais alta do país em 2015.
Os legumes e verduras, as passagens aéreas, a gasolina e a tarifa de eletricidade residencial ficaram mais caras em Brasília, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), da Fundação Getulio Vargas (FGV). De acordo com a pesquisa, de janeiro a dezembro, a inflação na capital federal foi a maior do Brasil, batendo o teto de 11,95%.
A alta do indicador no último mês do ano foi puxada pelos preços dos alimentos. A maior influência veio do tomate, que ficou 15,17% mais caro para os brasilienses no período, seguida da alta das passagens aéreas, de 11,6%. Pesaram ainda as altas do etanol (3%), da gasolina (1,51%) e da tarifa de eletricidade residencial (1,02%).
Na outra ponta, as maiores influências de queda do IPC-S vieram das massas preparadas e congeladas (-4,22%), do contrafilé (-2,97%), do sabão em pó (-2,64%) e dos computadores e periféricos (-1,61%).
A auxiliar de serviços gerais, Maria do Socorro Silva, 40 anos, sentiu no bolso os efeitos da inflação do ano de 2015, marcado por “tarifaços” da energia elétrica. Ela mora em uma casa financiada no Riacho Fundo, com o marido e dois filhos, de 16 e 19 anos. O que mais apertou o orçamento de Maria foi a conta de luz. "No início do ano, eu pagava em média R$ 100 de energia, mas em dezembro a minha conta veio R$ 200. Tive vontade de chorar”, diz.
A tarifa de energia elétrica foi uma das vilãs da inflação em 2015, com alta de 49% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A falta de chuvas, que reduziu o nível de água nos reservatórios das hidrelétricas e obrigou o acionamento de usinas termelétricas, foi um dos principais fatores para o aumento do custo da energia sentido na conta de luz da maioria dos brasileiros.
Já a trabalhadora autônoma Patrícia Mendes, 42 anos, vende marmitas no Setor de Indústrias Gráficas (SIG) e sentiu a inflação principalmente em itens de alimentação. “Os alimentos de uma forma geral tiveram aumento dos preços. E para quem trabalha com alimentação é ainda mais complicado, porque diminui a nossa margem de lucro. Nós temos que nos desdobrar para não repassar esses aumentos ao consumidor”, reclama.
Veículo: Jornal Correio Braziliense - DF