PIB da agropecuária teve alta de 1,8% em 2015

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O Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário - soma de todas as riquezas produzidas pelo setor - chegou a R$ 263,6 bilhões em 2015, uma alta de 1,8% em relação a 2014, na contramão de indústria e serviços, que caíram 6,2% e 2,7%, respectivamente. O total nacional encolheu 3,8%.

Na avaliação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem (3), o avanço do agronegócio decorreu, principalmente, do desempenho da agricultura. Alguns produtos da lavoura registraram crescimento de produção: tendo como destaque as culturas de soja, de 11,9%, e milho, de 7,3%. A cana-de-açúcar cresceu 2,4%. Na pecuária, estão o abate de suínos, ganhos de 5,3%, e frango, com acréscimo de 3,8%. Por outro lado, trigo, café e laranja tiveram variações negativas de 13,4%, 5,7%, e 3,9%, nesta ordem.

Segundo o coordenador-geral de Estudos e Análises do Ministério da Agricultura, José Gasques, a média anual de crescimento do PIB agro, nos últimos 19 anos, tem sido de 3,6%. "Para um ano de dificuldade econômica como o de 2015, o percentual de 1,8%, é comemorado pelo setor", afirma em nota.

"Agradecemos os investimentos do contribuinte no agronegócio", enfatiza a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, ao atribuir o bom desempenho do setor aos recursos destinados a pesquisa, tecnologia e inovação.

"A cada real investido em nós, o agronegócio dá retorno na forma de emprego, PIB e balança comercial", completa.

Análise

Durante evento no Guarujá, litoral paulista, o sócio-consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, disse ao DCI que a expectativa para 2016 é de um novo avanço para o PIB do setor em até 2%. Para ele, além das commodities soja e milho, os números referentes ao café e cana-de-açúcar devem colaborar para o resultado final positivo.

Sobre as duas principais culturas do ano passado, o especialista comenta que os preços para a soja mostram-se estáveis, em patamares menores no mercado internacional, mas inflados pelo dólar no Brasil. Atualmente, a relação entre o estoque e consumo está em 26%, o que configura um cenário relativamente benéfico. Já o milho, que chegou a ser comercializado a R$ 55 por saca no Nordeste - "número inimaginável ano passado" - conta com estoques baixos e demanda interna alta na cadeia de proteína animal.

"O estoque de milho estava entre 5 e 6 milhões de toneladas em fevereiro. O consumo mensal de milho no Brasil é de 5 milhões de toneladas, se não colhemos em março, como fica?", questiona. Com base nisso, Barros acredita que os preços para este grão permanece- rão favoráveis mesmo com a entrada da segunda safra, a safrinha, pois a demanda externa também tem se mostrado aquecida.

O consultor ainda apresentou dados globais com a perspectiva de fim do fenômeno El Niño em meados de abril e possível instalação de La Niña em setembro. Caso isso ocorra, não haverá grande impacto na safra norte-americana, logo, estima-se pouca movimentação nas bolsas de Chicago.

 



Veículo: Jornal DCI


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