Apesar do cenário negativo em 2015, com perdas produtivas causadas pela estiagem, aumento dos custos de produção e economia instável, o agronegócio de Minas Gerais cresceu 0,96% no período, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O índice é pequeno se comparado com a evolução registrada em 2014, quando a expansão do setor foi de 6,77%.
Com variação positiva, o PIB do agronegócio mineiro em 2015 foi estimado em R$ 171,94 bilhões. Deste total, R$ 84,485 bilhões ou 49,13% são oriundos da atividade agrícola e R$ 87,461 bilhões ou 50,87% provenientes da pecuária. A renda gerada pela agricultura cresceu 3,84% enquanto a da pecuária recuou 1,69%. A taxa de participação do agronegócio mineiro no PIB do País passou para 13,54%, superando ligeiramente o resultado apurado em 2014, de 13,48%.
“Mesmo diante do cenário delicado que afetou diversos setores, conseguimos registrar crescimento, apesar de pequeno. Já esperávamos este avanço menor pelos impactos negativos provocados pela instabilidade econômica e política, da desvalorização do real frente ao dólar e dos efeitos do clima adverso no agronegócio estadual”, explicou a coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline Veloso.
O PIB do agronegócio, em dezembro, registrou alta de 0,09%. Entre os segmentos, no mês, houve crescimento em indústria, 1,35%, e serviços, 0,43%, enquanto básico e insumos apresentaram queda de 0,37% e 3,51%, respectivamente.
No acumulado do ano, com alta do PIB de 0,96%, apenas o segmento básico teve queda estimada em 1,42%, enquanto os demais apresentaram avanço de 6,08% para insumos, 3,5% para indústria e 1,16% para serviços.
2016 - Em relação ao atual ano, ainda é cedo para estimar o valor PIB. As projeções são cautelosas e um posicionamento será feito em abril, quando a colheita da primeira safra de grãos estará concluída e o plantio da segunda efetuado. Até o momento, a recomendação da Faemg para os produtores é que analisem os rumos do mercado e que façam somente investimentos estritamente necessários.
“Ainda é cedo para estimar o PIB para 2016, mas a situação ainda é bem delicada e a instabilidade política influencia no desempenho do setor. O produtor precisa manter a cautela e mensurar bem os investimentos, uma vez que as taxas de juros estão altas. É necessário também ficar atento ao mercado e aos custos de produção, que podem ser elevados com o dólar valorizado”, explicou Aline Veloso.
O PIB do agronegócio de Minas Gerais é estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio financeiro da Faemg, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Administração Regional de Minas Gerais (Senar-AR/MG) e da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG