Ao fechar com uma queda de 4,7% em março na comparação com o mesmo período do ano passado, o Índice de Confiança do Comércio (Icec-RS) mostra sinais de estabilização em patamares pessimistas. O indicador medido pela Fecomércio-RS encerrou o mês aos 84,3 pontos, influenciado de forma decisiva pela percepção dos empresários em relação às condições atuais da economia brasileira.
De acordo com o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, o cenário de inflação e juros altos, atividade econômica em queda e sem perspectivas de mudanças contribuem para o quadro entre os empresários. "Os resultados negativos das contas públicas, o câmbio e a grande instabilidade no campo político também são fatores que pesam de maneira decisiva nesta conjuntura", afirma Bohn.
O indicador que mede a percepção do empresariado em relação às condições atuais da economia brasileira (Icaec) atingiu em março 51,2 pontos, uma queda de 12,7% em relação ao mesmo mês de 2015, e alta de 5,7% frente a fevereiro deste ano. O dado mostra uma estabilização nos resultados com melhora na margem e desaceleração no recuo interanual. Os outros componentes do Icaec - a percepção quanto ao comércio e à própria empresa - também marcam patamares bastante pessimistas e refletem o baixo desempenho das vendas que vem sendo observado nos últimos meses.
As expectativas em relação ao futuro ainda permanecem no campo otimista, mesmo que em níveis mais baixos do que os verificados em anos anteriores. O indicador de expectativas dos empresários em relação ao futuro (IEEC) ficou em 120,8 pontos, alta de 4,9% em relação a março de 2015.
No que se refere aos investimentos do empresário do comércio (IIEC), houve redução de 11,7% na comparação com março do ano anterior, com o indicador aos 80,9 pontos. Foram determinantes para esse comportamento negativo as reduções das perspectivas de realização de investimentos (-14%), que permanece pessimista desde agosto de 2014, e de contratação de funcionários (-14,9%).
Veículo: Jornal do Comércio - MG