Mesmo diante da crise, a Bahia registrou expansão de 11% na produção industrial de fevereiro em comparação a igual mês do ano anterior. Em relação a janeiro deste ano, entretanto, houve uma retração de 7,9%, conforme dados divulgados nesta quinta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As dificuldades no mês enfrentadas pelo setor no estado e pela média da produção nacional, segundo a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) "são reflexos do acirramento das crises econômica e política que se retroalimentam", conforme explicou o superintendente de desenvolvimento industrial da entidade, Maurício West Pedrão, em relatório da análise do desempenho do setor.
Reversão de perda
A boa notícia é que mesmo este ano, considerando o acumulado dos dois primeiros meses, também houve avanços na Bahia: de 10,6%, revertendo a perda de 8,9%, observada no último trimestre de 2015, conforme constatado pelo IBGE. Nesse cenário, somente Pará (12,8%) e Mato Grosso (8,1%) também tiveram crescimento, sendo que, no caso baiano, impulsionado pela produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel e óleos combustíveis).
Os dados do instituto revelam ainda que, na comparação com fevereiro do ano passado, o desempenho da indústria baiana foi superior à média nacional, que, registrou queda de 9,8%, com 12 dos 15 locais pesquisados apontando resultados negativos - contrariamente à expansão de 11% verificada na Bahia.
Transformação
O relatório da Fieb destacou o desempenho ainda maior da indústria de transformação baiana na comparação de fevereiro de 2016 com fevereiro de 2015: 13,4%. No acumulado de janeiro e fevereiro, o crescimento foi de 12,4%. A entidade frisou, entretanto, a queda de 2,6% em fevereiro, na comparação dos últimos 12 meses, em relação ao período anterior.
Com esse resultado, a Bahia ficou em quarto lugar no ranking dos 14 estados que participam da Pesquisa Industrial Mensal, na qual apenas Mato Grosso e Espírito Santo apresentaram resultados positivos (4,8% e 1%, respectivamente).
Exportações
Para a Fieb, os resultados positivos revelados na comparação com fevereiro do ano passado - crescimento geral de 11% e de 13,4% para o segmento de transformação - pode ser fruto do bom desempenho do setor exportador: "A depreciação do real pode ser um alento para o setor exportador", afirma a entidade.
Ao contrário dos dados registrados na maioria dos estados pesquisados: oito dos 11 segmentos industriais da Bahia apresentaram resultados positivos no período, detre eles o ramo de refino de petróleo e biocombustíveis: com crescimento de 108,3%. Trata-se de uma maior fabricação de óleo diesel, óleos combustíveis, naftas para petroquímica e gasolina automotiva.
"O crescimento tem, entretanto, base de comparação deprimida, uma vez que essa atividade recuou 60,1% em fevereiro de 2015, em função de greve de funcionários ocorrida em uma importante refinaria local", frisou a Fieb.
Dentre os demais segmentos que registraram bom desempenho estão: metalurgia (26,8%), bebidas (8,9%) e equipamentos de informática (6,4%).
Veículo: Jornal A Tarde - BA