Uma pesquisa da Associação Mineira de Supermercados (AMIS) apontou a expansão no setor supermercadista em 4% no primeiro trimestre de 2016, em relação ao mesmo período do ano passado. Representantes do setor dizem que isso ocorreu devido ao aumento no preço das mercadorias, o que não significa um aumento no volume de produtos adquiridos pelos consumidores, e que o custo de operação das lojas também sofreu sucessivos reajustes. Segundo eles, estes fatores não devem ter sido levados em consideração.
O crescimento foi o maior índice dos dois últimos anos. O crescimento registrado no primeiro trimestre de 2014 em relação a 2013 foi de 1,16%. O crescimento dos primeiros três meses de 2015 em relação a 2014 foi de 1,58%. O representante da AMIS em Uberlândia, Milson Borges dos Santos, afirma que o setor se mantém aquecido mesmo diante do cenário econômico em crise. “As pessoas não deixaram de comprar. Em alguns casos, os consumidores optaram por outras marcas. No entanto, o custo para manter as lojas, como o reajuste de impostos, aumentou. Isso faz com que os lucros possam ser menores ao final de tudo”, afirmou.
Para Cleivon Guerra, gerente de uma rede lojas na cidade, houve uma mudança nos hábitos de compra dos consumidores, mas o aumento no preço das mercadorias influenciou no crescimento do índice. “O reajuste de preços das mercadorias fez com que o índice tenha aumentado. No entanto, para manter as lojas, estamos pagando mais e, em alguns casos, isso não foi repassado ao consumidor. Quando houver os descontos, talvez esse índice possa ser menor”, disse.
O empresário Guilherme Miranda, dono de um supermercado, afirma que esse aumento no faturamento não reflete um aumento no volume de produtos vendidos. “Eu acredito que a venda de produtos até se manteve estável e se houve uma queda, foi pequena. Mas o aumento no preço das mercadorias foi que contribuiu para o aumento no faturamento. Por outro lado, pode ser que, com o tempo, o consumidor passe a consumir menos e essa situação mudar”, afirmou.
Promoção
Para o estudante Rafael Gomes, uma das alternativas é pesquisar mais os preços e supermercados que oferecem promoções. Ainda segundo ele, mesmo que agora procure marcas mais baratas, o preço aumentou. “Agora, é preciso ficar com um olho no carrinho e outro no bolso. Os preços aumentaram demais”, disse.
Já na casa do supervisor de vendas Alex Nunes de Oliveira, as compras mensais foram substituídas por compras pontuais, apenas para os itens necessários. Além disso, ele procura comprar em vários lugares. “O preço está cada vez mais alto e o carrinho está cada vez mais vazio. Eu acompanho a variação de preço dos produtos em cada local e assim consigo até fazer uma pequena economia”, afirmou.
Veículo: Site Correio de Uberlândia