Inadimplência entre os consumidores cresceu 4,7%

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                                                                                                                   A alta foi registrada em abril.

A inadimplência entre os consumidores de Minas Gerais cresceu 4,7% em abril frente ao mesmo período de 2015. Em relação a março deste ano, a alta foi de 1,22% e afeta ainda mais a economia mineira, já que a elevação foi a maior de 2016 na base de comparação mês a mês. Em janeiro, a inadimplência no Estado havia aumentado 0,59%. Ficou em 0,2% em fevereiro e 0,71% em março. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais.

A quarta alta seguida da inadimplência no ano, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, acende um alerta sobre o cenário econômico que se impõe para a população no Estado. “A preocupação aumenta sim com esses dados porque a nossa economia sofre hoje com a péssima gestão macroeconômica dos últimos anos, e essa inadimplência não é nada mais, nada menos, do que reflexo dessa gestão. A crise está tirando o dinheiro do cidadão de uma forma geral porque todo mundo está ganhando menos e está tendo uma corrosão em função da inflação. A diferença é que antes sobrava no bolso para o indivíduo economizar, agora está é faltando”.

Para Falci, o crescimento contínuo da taxa de desemprego tem sido fundamental para perpetuar essa situação. De acordo com o presidente da CDL-BH, com a perda da renda, muitos consumidores ficam sem recursos para pagar as dívidas e acabam se tornando inadimplentes. Números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que, em março, foram eliminados 7.979 empregos no Estado, uma queda de 0,2% das vagas em relação ao mês de fevereiro.

Na comparação por gênero, entre abril deste ano com o mesmo mês em 2015, a inadimplência aumentou mais entre as mulheres (4,96%), enquanto os homens fecharam o período com alta de 3,79%. O presidente da CDL-BH destaca que essa diferença pode ser explicada pela chamada compra por impulso, que, maior entre o público feminino, aumenta as chances de um não pagamento das dívidas pela falta de planejamento prévio.

Faixa etária - Na análise por faixa etária, no mesmo período, o inadimplemento teve maior alta entre os consumidores de 50 a 64 anos (10,4%), normalmente aqueles responsáveis pelo sustento da família. Em seguida, aparecem as faixas de 85 a 94 anos (9,89%); 65 a 84 (9,63%); 40 a 49 (8,74%); 30 a 39 (6,08%) e 25 a 29 (1,41%). O único grupo que registrou redução na inadimplência foi entre os consumidores de 18 a 24 anos (-19,1%).

“A capacidade de pagamento das famílias está enfraquecida. Com a renda menor, a tendência é que o consumidor priorize a compra de itens essenciais para a casa, em detrimento do pagamento de algumas dívidas”, afirma Falci.

Sobre o futuro da inadimplência, o presidente da CDL-BH explica que é complicado fazer projeções diante da instabilidade econômica atual. “Falar da economia hoje é difícil porque sabemos que esse governo levou o País muito próximo do fundo do poço. Agora não sabemos até onde podem ir as implicações disso para só depois começar a melhorar. Tudo isso vai depender da política”.

O número de dívidas em atraso também apresentou uma alta expressiva, de 6,29%, em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior. Na comparação com março, houve um aumento em 1,25%.

 



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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