As compras de itens alimentícios de primeira necessidade ficaram mais caras neste mês. De acordo com a pesquisa feita pelo Diário – que verifica todos os meses os preços de 17 produtos em supermercado e hipermercado da região – o total gasto na loja de menor porte foi o mais alto encontrado nesse tipo de estabelecimento desde o início do levantamento, que começou em abril de 2015.
O conjunto de alimentos custou R$ 113,61 no supermercado. Já as compras no hipermercado totalizaram R$ 112,66, o segundo maior valor até então, perdendo só para o de março, de R$ 119,38.
Inflação - Apesar da alta dos preços, a variação acompanhou a inflação de maneira mais proporcional. Em um ano, o desembolso com as compras feitas no estabelecimento maior variou 15,91%, enquanto, no menor, ficou em 14,38%. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mede a inflação oficial no País, subiu 9,27%, o que não chega a ser duas vezes maior do que a alta dos preços dos alimentos nos mercados.
Para se ter ideia, o percentual de aumento dos valores, no hipermercado, já chegou a ser cinco vez maior do que a inflação, no período de abril a dezembro de 2015.
No acumulado do ano, essa diferença entre a variação do IPCA e dos custos dos produtos também foi semelhante. Na loja maior, os desembolsos subiram 3,12% de janeiro a maio e, na menor, 4,63%. Já a inflação ficou em 3,24%.
Apesar de o IPCA ser um índice medido nacionalmente pelo IBGE e, por isso, seus resultados muitas vezes não refletirem exatamente a realidade do Grande ABC, relacionar os preços com a inflação pode ser base de comparação para verificar o quanto os valores variam nos mercados.
A desaceleração dos custos praticados pelos estabelecimentos, em relação ao IPCA, pode ser explicada por dois fatores, analisa o professor de Economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia. “A diminuição do consumo estimulada pela crise obriga os mercados praticarem preços mais em conta. Além disso, o governo não aumentou tanto os preços administrativos, aqueles que envolvem as contas de água, luz, telefone e gasolina, como no ano passado (por isso a diferença com a inflação diminui).”
Mais caro - Entre os produtos que mais puxaram a conta para cima, a batata ficou 33,39% mais cara no hipermercado neste mês. O quilo está cotado em R$ 7,39. O arroz branco também ficou menos acessível. Aumentou 30,29%, com o pacote de cinco quilos custando R$ 12,99.
No supermercado, onde as compras ficaram mais caras, a carne de primeira também subiu consideravelmente desde o último mês. Um quilo de coxão mole sai por R$ 22,99, o que significa desembolsar 21,06% a mais. No mesmo estabelecimento, a cebola aumentou 20,08% em 30 dias, e quinhentos gramas do produto estão custando R$ 2,99.
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC