Pela primeira vez no ano a estimativa para a produção de soja em 2016 não foi recorde, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desde 2013 a produção de soja vinha batendo recordes no País. O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de maio estima uma safra de 195,9 milhões de toneladas em 2016, um recuo de 6,5% em relação à produção de 2015, quando totalizou 209,4 milhões de toneladas, segundo o IBGE A nova projeção é ainda 4,6% menor do que o previsto em abril, com 9,5 milhões de toneladas a menos.
Se confirmada, será a maior queda em volume (13,5 milhões de toneladas) da série histórica iniciada em 1975. A estimativa da área a ser colhida pelos produtores agrícolas brasileiros em 2016 é de 57,7 milhões de hectares, um crescimento de 0,2% em relação a 2015, quando foi de 57,6 milhões de hectares. Em relação à estimativa de abril, a área recuou 1,4%. O arroz, o milho e a soja - os três principais produtos da safra nacional - responderam por 87,4% da área a ser colhida e 92,5% da estimativa da produção.
Na comparação com 2015, houve acréscimo de 2,7% na área da soja e redução de 0,4% na do milho. A área de arroz teve redução de 9,1%. Quanto à produção, houve recuo de 0,4% para a soja, de 11,6% para o arroz e queda de 14,1 % para o milho, quando comparadas a 2015.
De acordo com o gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, Carlos Antonio Barradas, apesar do aumento de 2,7% da área plantada de soja, o produtor vai colher menos soja por causa da seca. O rendimento médio caiu 1,6% em decorrência das longas estiagens enfrentadas em vários Estados e, em especial, na região do cerrado.
“Os problemas climáticos estão afetando a produtividade”, disse Barradas. A redução nas previsões de produção para a soja e o milho, em especial da 2ª safra, cuja estimativa caiu 11,1%, foram as principais influências na redução da estimativa de produção de grãos para o País em 2016.
Em relação à estimativa de abril, a previsão para a soja caiu 1,7%, somando 96,8 milhões de toneladas para o ano. Já a do milho foi 9,6% menor que a estimada de abril, para 73,5 milhões de toneladas. No caso do milho, Mato Grosso, Paraná e Goiás são os Estados que mais provocaram impacto nos dados nacionais no levantamento de maio.
Além desses produtos, o trigo terá produção 13,2% maior em 2016 do que a estimada em abril. De acordo com Barradas, isso reflete a previsão de aumento de 75,8% do rendimento médio do produto no Rio Grande do Sul, após dois anos de queda de produção. Com isso, cresce a disposição dos produtores em investir em tecnologia para a safra. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG