Números fazem parte do relatório de perspectivas para a agropecuária brasileira até a safra 2025/2026
O Ministério da Agricultura projeta que a produção de soja em grão alcançará 129,2 milhões de toneladas em 2025/2026, um acréscimo de 35,1% em relação às 95,631 milhões de toneladas estimadas em 2015/2016. Os números fazem parte do boletim "Projeções do Agronegócio - Brasil 2015/2016 a 2025/2026", apresentado na sexta-feira (15/7), e que traça estimativas para as principais culturas agrícolas cultivadas no País.
A projeção leva em conta dados da safra 2015/2016 até junho. No último dia 7 de julho a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) havia divulgado uma nova atualização, que não foi considerada nas projeções anunciadas. O ministério destacou que o porcentual de aumento na produção de soja fica abaixo do crescimento ocorrido nos últimos 10 anos no Brasil, que foi de 66%.
O consumo doméstico de soja em grão deverá atingir 53,466 milhões de toneladas no final da projeção, um aumento de 22,7% ante o patamar projetado para 2015/2016, de 43,001 milhões de toneladas. Já as exportações de soja em grão em 2025/2026 devem ser de 78,053 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 41,0% em relação ao volume esperado para 2015/2016.
Ainda conforme o ministério, a área de soja deve aumentar 10,0 milhões de hectares nos próximos 10 anos, chegando em 2026 a 43,2 milhões de hectares. Isso representa um incremento de 30,2% sobre a área plantada em 2015/16. É a lavoura que mais deve expandir a área na próxima década, seguida pela cana-de-açúcar, que deve ter cerca de 1,9 milhão de hectares adicionais.
Para 2016/2017, o ministério prevê que a produção alcançará finalmente o patamar de 100 milhões de toneladas. Produtores brasileiros devem colher 100,783 milhões de toneladas.
Milho
No caso do milho, o estudo do Ministério da Agricultura estima colheita em 2025/2026 de 94,7 milhões de toneladas, 24,2% acima da previsão da Conab para a safra total do grão na temporada 2015/2016, de 76,2 milhões de t (o documento não considera a redução na estimativa feita pela Conab no início deste mês, para 69,14 milhões de t).
O trabalho também indica a possibilidade de a colheita daqui a dez anos aumentar em ritmo maior e chegar a 140,1 milhões de toneladas. A área plantada de milho deve ter acréscimo de 4,4% entre 2015/2016 e 2025/2026, de 15,7 milhões de hectares para 16,4 milhões de hectares no fim do período das projeções.
A pasta avalia, ainda, que não haverá necessidade de expansão em novas áreas, pois as terras com soja liberam a maior parte das áreas requeridas pelo milho. Apesar do crescimento de 4,4% em área ser menor que o de 11,4% observado nos últimos dez anos, o acréscimo da produção será possível pelos ganhos de produtividade na cultura, considerando a projeção de 94,7 milhões de t.
Em 2025/2026, o porcentual de milho destinado ao consumo interno não deve variar muito em relação ao verificado atualmente, recuando para 74,5% do total, ante 76,6% em 2015/2016. Em termos absolutos, o volume deve aumentar dos atuais 58,4 milhões de t na safra 2015/2016 para 70,5 milhões de t em 2025/2026. O ministério estima também que as exportações aumentarão 52,4%, de 30,4 milhões de t em 2016 para 46,3 milhões de t em dez anos.
Mas a pasta alerta que, para atender ao consumo interno estimado e garantir um volume razoável de estoques finais e as exportações projetadas, a produção precisará chegar pelo menos a 100,2 milhões de toneladas em 2025/2026. Para tanto, indicaram técnicos que trabalham com a cultura, a área terá de aumentar mais do que está sendo projetado e se aproximar de seu limite superior de crescimento estimado, de 22 milhões de hectares.
Trigo
Com relação ao trigo, a projeção do Ministério da Agricultura é de que a produção alcançará as 7,5 milhões de toneladas em 2025/2026, 35,4% acima do previsto pela Conab para a temporada 2015/2016, de 5,5 milhões de t. O incremento seria estimulado pelos preços pagos ao produtor.
O consumo interno do cereal aumentará a uma taxa anual de 0,9% no período e alcançará os 10,9 milhões de t em 2025/2026, 9,2% acima dos 9,9 milhões de t consumidos internamente em 2015/2016. A pasta aponta que o crescimento do consumo de trigo no Brasil tem sido observado nos últimos anos pela Conab, indo de 9,8 milhões de t em 2010 para 10,2 milhões de t no ano passado.
O abastecimento interno exigirá importação de 5,2 milhões de t em 2025/2026, em linha com o volume trazido do exterior nos últimos anos, de 5 milhões a 6 milhões de t. Em comparação às 5,5 milhões de t importadas na safra 2015/2016, o volume adquirido de outros países será 4% menor em 2025/2026. Apesar disso, o Brasil continuará sendo um dos maiores importadores mundiais do cereal.
Algodão
Quanto ao algodão, as projeções indicam crescimento na produção de 43,9% em 2025/2026, para 2,131 milhões de toneladas, contra uma produção estimada em 1,481 milhão de toneladas em 2015/2016. A expansão, que corresponde a uma taxa de crescimento de 3,1% ao ano, deve ser sustentada basicamente pela exportação.
Isso porque o consumo da fibra no Brasil deve diminuir 1,75%, para 786 mil toneladas em 2025/26, ante 800 mil toneladas no atual ciclo, segundo o ministério. As vendas externas têm previsão de aumento de 62,7% em dez anos, passando de 740 mil toneladas para 1,204 milhão de toneladas. A variação corresponde a um crescimento anual de 4,5%.
Veículo: Globo Rural