O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, afirmou ontem no Rio, que a expectativa do governo é de que o Produto Interno Bruno (PIB) tenha uma queda inferior à de 3,3% prevista pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em julho, o Fundo Monetário melhorou pela primeira vez desde o início deste ano sua estimativa em relação à economia brasileira. Em abril, a previsão da entidade era de queda de 3,8%. Pereira deu as declarações durante evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Para o ministro, a conclusão do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, será fundamental para a retomada da economia brasileira. "Com a confirmação do governo como definitivo, tenho certeza que economia vai reagir de forma positiva. Porque o momento causa, minimamente, desconforto nos investidores, especialmente os internacionais", afirmou Pereira, que classificou a crise brasileira de "crise baseada na queda de confiança".
De acordo com o ministro, a recessão econômica decorreu de uma "política equivocada do governo afastado". Pereira afirmou que a gestão da presidente afastada tomou decisões equivocadas no âmbito econômico e internacional.
Comércio
Marcos Pereira afirmou que os Estados Unidos, os membros da União Europeia e os países sul-americanos são as nações que o Brasil "tem maior empenho para comercializar". Porém, segundo ele, o processo de impeachment é um entrave para consolidar negociações no âmbito internacional.
O ministro afirmou que durante a reunião do G-20 (grupo dos 20 países mais ricos) que aconteceu em Xangai, na China, ele foi questionado sobre a situação política do País.
"A pergunta mais recorrente era 'como está o processo de impeachment? Há possibilidade dela [Dilma] voltar? Então em setembro, nós conversamos", narrou o ministro.
Segundo Pereira, todos os representantes de países com quem conversou demonstraram interesse em negociar com o Brasil, em especial a Espanha. "Nas reuniões com ministros da Inglaterra, Holanda e Canadá, em Xangai, todos demonstraram que suas empresas têm grandes interesses no Brasil. A Espanha foi quem mais mostrou", afirmou.
O ministro ainda contou que durante o evento conversou com a comissária do Comércio da União Europeia, Cecilia Malmström, e pediu que a saída do Reino Unido da União Europeia não atrapalhasse as negociações com o Mercosul, além de solicitar a inclusão da carne bovina e do etanol na lista de trocas entre os blocos econômicos.
Fonte: DCI