Terceira safra do ano reduz valor do produto, que já é encontrado por R$ 8 nos supermercados do estado
Está aberta a temporada de voltar a comer feijão carioca em casa. Isto porque, a partir deste mês, começam a chegar nos supermercados e feiras a terceira safra do ano, que está conseguindo reduzir os preços do grão nas prateleiras brasileiras. A queda ainda é discreta, mas já é possível encontrar o quilo do feijão por até R$ 8 em alguns estabelecimentos do estado. Bem abaixo dos R$ 14 cobrados no início do ano. Apesar da colheita ser de um milhão de toneladas de feijão, essa safra intermediária não consegue abastecer todo o mercado brasileiro, que demanda três milhões de toneladas. A expectativa, então, é que os preços continuem caindo até a chegada da primeira safra de 2017, colhida em janeiro.
As boas perspectivas do setor estão ancoradas na esperança de uma passagem suave do fenômeno meteorológico La Niña, que provoca chuvas no Nordeste e secas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, principais regiões produtoras do feijão carioca. Marcos Barros, chefe de Informações do Mercado Agrícola do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), está otimista e acrescenta que, além da plantação ter condições favoráveis, até o momento, existe uma maior variedade de agricultores plantando feijão agora, uma vez que o preço de venda está mais atrativo. “Estamos confiantes que os preços vão se normalizar até fevereiro. Entre setembro e dezembro, veremos uma queda discreta. Mas, em janeiro, a colheita vai conseguir abastecer o mercado”, completa.
A Associação Pernambucana dos Supermercados (Apes) confirma a diminuição dos preços, mas adianta que o repasse dessa diferença aos consumidores ainda não foi realizado. Segundo a direção da Apes, muitos empreendedores estão trabalhando com estoques de compras anteriores e apenas nas próximas semanas será possível notar a diferença de preços nas prateleiras dos mercados pernambucanos. A associação afirma que os valores devem ficar próximos a R$ 8. A Apes também espera uma queda de preços mais acentuada no início de 2017.
Vale lembrar que os preços do feijão deram um salto no final de maio deste ano quando o excesso de chuvas na região Sul, especialmente no Paraná, maior produtor do Brasil, e seca na Bahia, principal produtor do Nordeste, causaram perdas na safra. De acordo com relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em junho, o preço da saca de 60 quilos vendida pelo produtor paranaense subiu de R$ 254,25 para R$ 428,82 – um aumento de 68,7%. Um ponto importante para os pernambucanos: o feijão carioca e o mulatinho são variações da mesma espécie e pertencem a mesma safra e as mesmas plantações.
Fonte: Jornal Diário de Pernambuco