Ainda que vendas para Suécia, Noruega e Finlândia tenham aumentado, embarques para Islândia e Dinamarca puxaram resultado para baixo; só houve aumento das importações de finlandeses
São Paulo - As exportações brasileiras para os países nórdicos caíram 11% no ano até agosto, para US$ 1,278 bilhão. Os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram que esta baixa foi puxada por apenas duas das cinco nações do grupo.
Na comparação dos períodos entre janeiro e agosto de 2015 e 2016, avançaram os embarques para Noruega (+6%, para US$ 496 milhões), Suécia (+10%, para US$ 361 milhões) e Finlândia (+5%, para US$ 201 milhões).
Entretanto, os recuos registrados nas negociações com Dinamarca (-34%, para US$ 150 milhões) e Islândia (-69%, para US$ 70 milhões) impediram a obtenção de um aumento nos oito meses do ano.
Se a diminuição for confirmada no final de 2016, será o segundo ano consecutivo de queda nas exportações para os nórdicos. Entre 2014 e 2015, a baixa nas vendas foi de 14%.
Para André Mitidieri, economista da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), o principal motivo deste arrefecimento é a reviravolta no mercado internacional. Nos últimos anos, a desaceleração na demanda e o aumento na oferta tiveram como consequência preços menores principalmente de produtos básicos.
"Assim como acontece nas trocas com outros países, vendemos muitas commodities para os nórdicos. Como a busca por essas mercadorias tem crescido menos e a oferta global aumentou, a nossa receita total diminuiu", afirmou ele.
Também foram registradas quedas nas exportações de produtos industrializados. Os ganhos com a venda de medicamentos para a Dinamarca, por exemplo, caíram 25%, para US$ 92 milhões.
Já a Islândia importou menor quantidade da alumina calcinada brasileira. Com isso, a receita da negociação desta mercadoria recuou 69%, para US$ 69 milhões, entre janeiro e agosto de 2016.
Em alta
Por outro lado, boas notícias foram registradas nas trocas com a Suécia. Dois dos principais produtos exportados pelo Brasil avançaram: o minério de cobre (+17%, para US$ 157 milhões) e o ferroníquel (+41%, para US$ 31 milhões).
De acordo com Mitidieri, os suecos poderiam ampliar mais as compras de itens brasileiros. Após mencionar transações recentes de aviões entre os países, ele indicou que mais acertos podem ser vistos neste setor nos próximos anos.
Para a Noruega, foram registrados avanços dos embarques de alumina calcinada (+11%, para US$ 336 milhões) e também de couros e peles (+85%, para US$ 9 milhões).
O crescimento dos embarques para a Finlândia foi puxado pela expansão das vendas de minérios de cobre (+62%, para US$ 51 milhões).
Importações
Neste ano, recuaram as compras brasileiras de mercadorias suecas (-22%, para US$ 656 milhões), dinamarquesas (-7%, para US$ 401 milhões), norueguesas (-31%, para US$ 386 milhões) e islandesas (-5%, para US$ 13 milhões).
As importações da Finlândia, entretanto, tiveram avanço expressivo de 20%. Com o câmbio menos favorável e a recessão econômica, o aumento das compras do país foi um dos únicos registrados entre janeiro e agosto deste ano.
A compra de máquinas e aparelhos finlandeses, que teve valor inexpressivo em 2015, atingiu US$ 143 milhões entre janeiro e agosto de 2016.
Também chamaram atenção as importações de partes de motores (+60%, para US$ 25 milhões) e de óleo diesel, que não foi realizada no ano passado e totalizou US$ 17 milhões neste ano até o oitavo mês.
O destaque negativo destas negociações ficou com a diminuição nas compras de insulina da Dinamarca (-88%, para US$ 7 milhões).
Fonte: DCI