O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, voltou a pedir ao governo federal a suspensão imediata da Instrução Normativa (IN) 26 do Mapa, que autoriza as indústrias de laticínios da área da Sudene a reconstituir leite em pó para a produção de leite longa vida (UHT) e leite processado (UAT) pois “tem impactos nefastos em toda a cadeia produtiva do País”. Há três meses ele havia feito pessoalmente o pedido ao presidente Michel Temer, em Brasília.
“Como os preços internacionais estão abaixo dos nacionais, o resultado foi uma avalanche de importações, um volume 86% maior no acumulado de 2016 em comparação com igual período de 2015, e um saldo negativo de US$ 305 milhões na balança comercial de lácteos”, registrou em novo ofício enviado nesta quarta à CNA e ao governo federal.
Segundo Roberto Simões, no documento que entregou em mãos a Michel Temer, durante reunião em julho, havia um dossiê técnico elaborado por especialistas da Confederação Nacional e da Federação mineira que alertava para os danos econômicos da liberação: “Não se trata de fechar o País às importações, porque sabemos que a participação no mercado deve ter mão dupla. Mas é preciso proteger a produção nacional, como fazem os outros países. Nós nos embasamos em argumentos técnicos para demandar a revogação desta equivocada normativa, que desorganizou todo o mercado”.
Segundo o presidente da Faemg, a medida contraria portaria do próprio Ministério, que, desde 1994, proíbe esta prática por considerá-la danosa à produção nacional: “A conclusão é que o oligopolizado mercado comprador brasileiro de leite já está anunciando queda, ao produtor, de 40 centavos ou mais por litro, antes mesmo da safra, desorganizando e, mais uma vez, decepcionando, o produtor nacional”. (Com informações da Faemg)
Veículo: Diário do Comércio - MG