IPEA: desemprego e safra influenciam

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Rio. Embora a inflação esteja mostrando mais resistência do que o estimado, o cenário para os preços no curto e médio prazos é positivo. A perspectiva para a safra de alimentos em 2017 é favorável, enquanto o Banco Central (BC) tem feito um bom trabalho na ancoragem as expectativas, avaliou Maria Andréia Lameiras, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "E a gente ainda vai ter em 2017 um mercado de trabalho ruim tanto para o emprego quanto para os salários, e isso vai ajudar a manter a inflação sob controle também", acrescentou Maria Andréia.


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,44% em agosto para 0,08% em setembro, conforme divulgado na sexta-feira (7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa acumulada em 12 meses saiu de 8,97% para 8,48%, o menor patamar desde maio de 2015, mas ainda muito acima do centro da meta estipulada pelo governo, de 4,5%.

Preços livres

Segundo levantamento feito pelo Ipea com base nos dados do IPCA, a resiliência inflacionária vem dos preços livres, especialmente alimentos e serviços. "Os alimentos, de fato, não têm muito como prever o comportamento. O que realmente surpreende são os preços dos serviços", disse a pesquisadora do Ipea.

A inflação de serviços acumulada em 12 meses ficou em 7,04% em setembro. O instituto aponta que há três principais motivos para que os serviços mantenham um patamar de preços elevado. O primeiro é a resistência da alimentação fora do domicílio, sob influência direta do encarecimento dos alimentos como um todo; o segundo é a mudança metodológica no cálculo de dois itens do IPCA, mão de obra para pequenos reparos e empregado doméstico, que deixaram de ser obtidos através de dados da Pesquisa Mensal de Emprego e passam a levar em consideração o salário mínimo; e a resistência das famílias em substituir prestadores de serviços nas áreas de educação e saúde, o que abre espaço para que aceitem o repasse de preços.

"São serviços que têm mão de obra mais qualificada, e a perda salarial entre os mais qualificados foi menor. Além disso, tem um custo de transição", explicou Maria Andréia.




Veículo: Diário de Pernambuco


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