A primeira estimativa para a safra de grãos 2016/2017, que começa a ser plantada neste mês, prevê uma colheita entre 8,5% e 11,9% maior em Minas Gerais. De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Estado produzirá entre 12,8 milhões e 13,2 milhões de toneladas de grãos. Os volumes maiores de milho e feijão serão os responsáveis pelo incremento esperado. A produção de soja, que apresentou volume recorde no período 2015/16, deve recuar entre 3,1% e 6,3%.
“Precisamos acompanhar muito de perto a evolução da safra, lembrando que os dados são estimativas. Este acompanhamento é necessário porque nos últimos anos as primeiras chuvas criaram boas expectativas ao homem do campo e não permaneceram. Para o plantio, precisamos de chuvas perenes. O produtor precisa ter o olhar polivalente e continuar a acompanhar as tendências de mercado e do clima”, explicou a coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso.
Em Minas Gerais, o destaque produtivo será o milho. A melhoria dos preços em 2015/16 vão influenciar os produtores a tomarem a decisão de investir na cultura, principalmente os que possuem menor área e aqueles que buscam incrementar a rotação de culturas. A tendência de demanda aquecida, principalmente a proveniente do setor de proteína animal, é outro fator que vai estimular o plantio do cereal.
Na primeira safra, em Minas Gerais, segundo maior produtor do cereal atrás somente do Rio Grande do Sul, as informações preliminares da Conab sinalizam uma tendência de ampliação de até 5% no plantio de milho na safra de verão, em função da cotação elevada pela baixa oferta do produto. A produção máxima esperada é de 5,1 milhões de toneladas, alta de 1,1%.
Os pesquisadores da Conab acreditam que é possível que o aumento na cultura do milho se mostre ainda maior nos próximos levantamentos, quando a intenção de plantio estiver melhor definida. O plantio deve ocorrer entre os meses de outubro e dezembro, tão logo seja iniciado o período chuvoso.
O uso de sementes precoces na soja, o que permite a colheita antecipada e maior janela para a segunda safra, poderá favorecer o plantio do milho segundo safra em Minas Gerais. De acordo com a Conab, o volume pode atingir 2,1 milhões de toneladas, o que se alcançado ficará 161% maior que o colhido em 2015/16.
A safra total de milho pode crescer entre 18,9% e 23,1%, com a colheita estimada entre 7 milhões e 7,2 milhões de toneladas, ante o volume de 5,9 milhões de toneladas colhidas na safra anterior.
“Como os preços do milho ainda estão bem valorizados e existe a demanda da cadeia da pecuária, há tendência de os produtores trocarem áreas de soja, na primeira safra, pelo milho”, explicou Aline.
Com a tendência de migração, a expectativa da Conab é de redução na colheita de soja. Na safra 2016/17, a estimativa inicial é produzir entre 4,43 milhões e 4,58 milhões de toneladas. A queda será de 3,1% a 6,3%.
Algodão - A produção de algodão em caroço foi estimada entre o volume mínimo de 62,1 mil toneladas e o máximo de 68,4 mil toneladas, o que pode representar uma queda de 7,3%, caso a produção fique no volume mínimo, ou alta de 2,1% para o volume máximo. A área destinada ao cultivo será entre 17,8 e 19,6 mil hectares, podendo ficar até 9% menor que a utilizada anteriormente. A produtividade esperada é de 3,4 toneladas por hectare, alta de 2%.
Segundo os dados da Conab, a conjuntura adversa, tanto interna quanto externa, continua a pressionar as cotações do algodão em pluma, particularmente em função dos elevados estoques internacionais, o que desestimula o plantio.
Em Minas Gerais, principal produtor regional de algodão, o plantio terá início a partir da segunda quinzena de novembro, após o encerramento do período de vazio sanitário de 60 dias estabelecido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). A medida fitossanitária tem como objetivo promover a prevenção e o controle do bicudo.
Veículo: Diário do Comércio - MG