No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o conjunto de alimentos básicos em Fortaleza subiu 21,36%
De janeiro a setembro deste ano, o custo da cesta básica já subiu 21,36% em Fortaleza, a quarta maior variação entre as 27 capitais brasileiras, atrás de Boa Vista (22,02%), Maceió (21,67%) e Salvador (21,54%). No mês passado, A Capital cearense registrou aumento de 1,42%, e já acumula alta de 7,67% nos últimos seis meses. Com relação ao valor, a cesta básica de Fortaleza é hoje a mais cara do Nordeste.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no ano, dos 12 produtos que compõem a cesta básica de Fortaleza, feijão (165%), farinha (71,71%) e manteiga (62,48%) foram os que sofreram maior elevação nos preços. Nenhum item registrou redução nos valores.
"O preço do feijão aumentou consideravelmente no primeiro semestre deste ano, mas já apresenta queda pelo segundo mês consecutivo. Acredito que, até o fim de 2016, os valores do produto serão reajustados. Mas o feijão ainda está caro no mercado", observa o economista do Dieese, Gilvan Farias.
De março a setembro, os líderes foram feijão (90,77%), manteiga (31,06%) e leite (27,67%). Apenas tomate (-20,14%), óleo (-4,05%) e carne (-3,83%) apresentaram redução nos preços.
Setembro
Em setembro, a alta nos preços de dez dos produtos da cesta básica fez com que um trabalhador, para adquirir as mercadorias, respeitadas as quantidades definidas para a composição da cesta, tivesse que desembolsar R$ 415,94. Atualmente, este é o maior valor do Nordeste e o 13ª do País, de acordo com o Dieese.
A alimentação básica em setembro de 2016 (R$ 415,94) está mais cara do que em março de 2016 (R$ 386,30) e mais cara do que setembro de 2015 (R$ 305,20). Considerando o valor e tomando como base o salário mínimo de R$ 880 vigente no País, o Dieese informa que o trabalhador fortalezense teve que desprender 103 horas e 59 minutos de sua jornada mensal para arcar com a cesta básica. O gasto com alimentação de uma família padrão (dois adultos e duas crianças) foi de R$ 1.247,82.
No mês passado, tomate (12,44%), manteiga (2,56%) e açúcar (2,24%) apresentaram as maiores inflações. As principais deflações ocorreram nos preços do feijão (-2,83), óleo (-2,57%) e farinhas (-1,77%).
"Se a gente analisar, o café da manhã do consumidor de Fortaleza ficou bem mais caro em setembro. Além da manteiga e do açúcar, os preços do leite e do café também subiram 2,56% e 0,49%, respectivamente", destaca Gilvan Farias.
Brasil
O valor do salário mínimo, considerado ideal pelo Dieese, foi estimado em R$ 4.013,08, o que é 4,56 vezes mais do que o mínimo em vigor (R$ 880). Em agosto deste ano, a entidade tinha avaliado em R$ 3.991,40 o salário necessário, valor 4,54 vezes acima do piso oficial.
Pelos cálculos do Dieese, o comprometimento da jornada de trabalho para a compra da cesta básica foi de 103 horas e 31 minutos e considerando o salário mínimo, o valor da aquisição foi correspondente a 51,14% do ganho, um pouco abaixo do registrado em agosto (51,38%).
Veículo: Diário do Nordeste