São Paulo - O Natal deste ano deve gerar a contratação de 101 mil empregados temporários em todo o País. O número é o menor já registrado desde 2006 e 3% inferior ao de 2015. Os dados são de levantamento feito pela Federação Nacional das Empresas de Terceirização e de Trabalho Temporário (Fenaserhtt). O motivo da retração é a falta de confiança na demanda. Uma outra pesquisa sobre contratação de temporários feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), comprova: três em cada dez empresários (31,4%) acreditam que as vendas serão piores do que no ano passado.
O empresário Antoninho Luiz Lencioni, dono da indústria Só Natal, que fabrica enfeites natalinos, diz que o ritmo de pedidos deste ano foi tão lento que ele contratou só dois temporários, contra a média de 20 dos últimos anos.
Para Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, o retrato vivido por Lencioni é similar ao da maioria dos empresários. Segundo a economista, este é um momento de cautela em que não há a possibilidade de se correr o risco de contratar pessoas extras sem a garantia do aumento da demanda.
“O empresário não tem dinheiro para jogar fora e não pode desperdiçar recurso com uma contratação que não trará resultados efetivos. Então, neste Natal a opção tem sido trabalhar com a equipe fixa, por exemplo, aumentando a jornada se necessário, em vez de contratar uma pessoa a mais”, explicou Marcela.
Apesar da retração de 3% no número total de contratados, Vander Morales, presidente da Fenaserhtt, salienta que a variação é pequena e, diante da conjuntura econômica ruim enfrentada pelos empresários ao longo do ano, o número é relativamente bom. Ainda de acordo com a pesquisa do SPC e da CNDL, 22,9% dos empresários estão otimistas com as vendas deste Natal, enquanto 35,6% acreditam que o volume vendido será o mesmo do ano passado.
Segundo Morales, da Fenaserhtt, por conta da grande oferta de trabalhadores com experiência, a federação acredita que cerca de 5 mil dos 101 mil temporários poderão ser efetivados. Ele disse ainda que a indústria já iniciou suas contratações. O comércio, por sua vez, começará em meados de novembro, como de costume. De acordo com a pesquisa da Fenaserhtt, o setor industrial deve absorver 56,6 mil trabalhadores (56% do total), serviços 10,1 mil (10%) e o comércio, 34,3 mil (34%). (AG)
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas