Desembolsos somam R$ 13,23 bilhões
Os desembolsos das operações do Crédito Rural para Minas Gerais totalizaram R$ 13,23 bilhões entre julho de 2016 e fevereiro de 2017. O montante liberado é 2% inferior ao registrado em igual intervalo da safra 2015/16. O volume de crédito destinado a Minas Gerais respondeu por 13% do valor liberado para o Brasil, que encerrou o período em R$ 102,65 bilhões. Dentre as linhas disponibilizadas, somente a de comercialização apresentou alta nos desembolsos, crescendo 15% no Estado. No período, os desembolsos para a pecuária cresceram 3% e somaram R$ 4,52 bilhões. Já na agricultura foi verificada queda de 5% nos desembolsos, com a liberação de R$ 8,71 bilhões.
De acordo com o relatório divulgado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), ao longo dos oito primeiros meses da safra 2016/17, foram aprovados 162,7 mil contratos do crédito agropecuário, redução de 16%. Para a agricultura foram aprovados 64,37 mil contratos, queda de 17%. Na pecuária a redução ficou em 16%, com a aprovação de 98,36 mil contratos. Dentre as linhas disponibilizadas, a que demandou maior volume de recursos foi a de custeio, cujos desembolsos somaram R$ 7,35 bilhões ao longo dos oito primeiros meses da safra 2016. Na comparação com o mesmo período da safra passada, houve queda de 9% na demanda. Foram aprovados 75,8 mil contratos de custeio, retração de 18%.
"A queda verificada nos desembolsos da linha de custeio mostra que o produtor utilizou recursos próprios para custear a produção", explicou assessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola da Seapa, Lucíola Velloso Ferreira Murta Park. Para o custeio da atividade pecuária foram liberados R$ 2,3 bilhões, aumento de 16%. Os desembolsos foram destinados a 31,35 mil contratos aprovados, queda de 8,1%. A agricultura demandou R$ 5,05 bilhões em crédito, retração de 17%. Dentre os produtos, o café, principal item do agronegócio de Minas Gerais, foi o destaque. Somente em fevereiro de 2017 foram destinados à cultura R$ 193 milhões, representando 54% do desembolso feito para a agricultura mineira que, no segundo mês do ano, totalizou R$ 354,6 milhões.
A produção de milho foi contemplada com o crédito de R$ 50,32 milhões, respondendo por 14% do volume de crédito destinado à agricultura em fevereiro. Para a soja foram liberados R$ 32,69 milhões e para a cana-de-açúcar os desembolsos somaram R$ 16,36 milhões. Na pecuária, foram liberados para o custeio com a produção de bovinos, em fevereiro, R$ 136,02 milhões. O crédito destinado à produção de suínos somou R$ 5,42 milhões e, para aves, foram liberados R$ 2,9 milhões. Em Minas Gerais, a linha de crédito voltada para a comercialização da safra foi a única que apresentou alta. De acordo com os dados da Seapa, entre julho de 2016 e fevereiro de 2017, o crédito liberado chegou a R$ 3,03 bilhões, aumento de 15% frente ao valor de R$ 2,64 bilhões desembolsados em igual período da safra anterior. A demanda na agricultura cresceu 14%, com a liberação de R$ 2,27 bilhões. Já na pecuária, o incremento foi de 19%, com o desembolso de R$ 760 milhões.
"A demanda pelo crédito da linha de comercialização foi estimulada pela produção maior na safra 2016/17, permitindo ao produtor negociar no momento mais favorável", disse Lucíola. Investimento - O cenário econômico desfavorável desestimulou a demanda pela linha de investimento. Nos oito primeiros meses da safra 2016/17, foram desembolsados para o Estado R$ 2,59 bilhões, retração de 9%. No período, o desembolso para a atividade agrícola ficou em R$ 1,21 bilhão, aumento de 12%. Na pecuária foi verificada queda de 22%, com a liberação de R$ 1,37 bilhão.
Fonte: Diário do Comércio de Minas