A BRF avalia entrar na justiça para obter reparação por eventuais prejuízos causados por sua rival JBS, informou a companhia em comunicado ao mercado ontem.
De acordo com a BRF, algumas das práticas descritas pelo empresário Joesley Batista - um dos donos da JBS - no acordo de delação premiada "podem ter impactos nas esferas penal, cível, concorrencial e regulatória", o que daria motivos para o "ajuizamento de medidas judiciais e/ou administrativas de distintas naturezas contra os indivíduos e as empresas envolvidas", diz, no comunicado.
No documento, resposta a consulta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre reportagem que aponta que os ex-conselheiros Luis Carlos Fernandes Afonso e Carlos Fernando Costa teriam recebido propina da JBS, a BRF pede que a autarquia tome providências para apurar "potencial conflito de interesses, violação de sigilo e uso indevido de informações privilegiadas".
Segundo a reportagem, em depoimento, o dono da JBS demonstrou que a empresa mantinha contato com fundos de pensão de estatais e representantes da rival, além de autoridades do executivo e o legislativo do governo.
A BRF afirmou desconhecer relação ou envolvimento de seus ex-conselheiros com a JBS, mas também pediu que a CVM cobre esclarecimentos ao fundo de pensão Petros, da Petrobras, que teria indicado, além dos dois ex-conselheiros, Ademir Bendine, também citado nas delações.
Fonte: DCI São Paulo