O plantio de soja da safra 2017/18 em Goiás não passa de 10% da área prevista até agora em razão da falta de chuvas, ante 25% há um ano, e já "compromete" o milho de segunda safra, que é semeado após a colheita da oleaginosa, afirmou ontem a Aprosoja no Estado.
Conforme a associação de agricultores, toda a cadeia produtiva do milho, considerado um carro-chefe para Goiás, pode ser prejudicada no próximo ano.
Isso porque a área destinada à lavoura de milho verão já será menor, e agora a chamada "safrinha" também pode ficar exposta a condições climáticas não tão favoráveis, já que a janela de plantio se encerra no mês de fevereiro.
"Estamos diminuindo a área de milho no verão e nós teremos uma 'safrinha' comprometida, porque mesmo sendo plantada, ela terá uma produtividade menor", disse o presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, acreditando que isso pode ter impacto no mercado.
Goiás é o quarto maior produtor de milho na segunda safra do Brasil, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com produção de 7,56 milhões de toneladas em 2016/17.
Em nota, a Aprosoja afirma ainda que alguns produtores deverão plantar menos milho segunda safra do que o planejado, porque muitos estariam menos propensos a arriscar o plantio em áreas marginais, em condições climáticas menos favoráveis.
Nos últimos dias, produtores de soja de Goiás têm acelerado o plantio para evitar que as lavouras registrem queda no rendimento, com alguns buscando ainda plantar o milho dentro de uma janela climática adequada, até fevereiro, uma vez que o ciclo de desenvolvimento da soja até a colheita leva de 105 a 115 dias.
A Aprosoja-GO diz que os produtores podem recorrer a culturas alternativas, como sorgo, braquiária e feijão caupi, que podem ter menor custo de produção, preços de venda relativamente atrativos ou ainda proporcionar melhorias ao solo.
Fonte: Reuters