A Coteminas já paralisou cerca de 200 teares no setor de tecelagem em Montes Claros.
A Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas) já paralisou 200 teares no setor de tecelagem em Montes Claros (Norte de Minas). As informações são da presidente do Sindicato dos Tecelões da cidade, Maria Eliana Ferreira Santos. Aproximadamente 700 trabalhadores estariam ociosos na indústria.
Além disso, a indústria têxtil em Montes Claros continua a realizar demissões em massa. De acordo com a presidente, a Companhia Têxtil Nova Aliança encerrou as atividades no município e dispensou 146 trabalhadores.
A atual situação da Coteminas preocupa a presidente do sindicato. Conforme Maria Eliana, a empresa optou por paralisar os equipamentos neste mês em virtude da baixa demanda. Para não demitir, conforme ela, a companhia remanejou os funcionários do setor.
Apesar disso, a situação ainda é preocupante. Segundo Maria Eliana, a empresa informou ao sindicato que cerca de 700 funcionários estão ociosos na planta atualmente.
A dirigente sindical lembrou que a Coteminas chegou a anunciar a contratação de 300 trabalhadores no mês passado. Mas as admissões não foram adiante em virtude dos estoques da companhia, que estavam elevados. A empresa responde por aproximadamente 2,8 mil postos de trabalho em Montes Claros.
Lucro - A Coteminas registrou lucro líqüido de R$ 13,6 milhões em 2008, ante o prejuízo de R$ 185 milhões verificado no exercício anterior. A companhia atribuiu o resultado positivo ao incremento nas vendas no mercado interno e ao controle de gastos e gerenciamento de compras de insumos.
A companhia pertence ao vice-presidente da República, José Alencar Gomes da Silva, e é controladora das marcas Santista e Artex. Além de Minas Gerais, possui unidades em Santa Catarina, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A indústria têxtil já eliminou cerca de 200 postos de trabalho no município. A última demissão em massa foi realizada pela Companhia Têxtil Nova Aliança. A empresa entrou em operação há cerca de um ano em Montes Claros. Conforme Maria Eliana, o encerramento das atividades é atribuída ao cenário econômico atual, o que gerou retração acentuada na demanda.
Com a eclosão da crise financeira, o governo federal lançou uma série de medidas para fomentar alguns segmentos da indústria. Entre as ações está a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, materiais de construção e para eletrodomésticos da linha branca (fogões, geladeiras, máquinas de lavar e tanquinho). Apesar disso, nenhuma medida foi anunciada para minimizar os efeitos da crise no setor têxtil.
Veículo: Diário do Comércio - MG