Com destaque absoluto na economia mato-grossense, a agropecuária mantém seus dígitos nas alturas, registrando crescimento de 49,8% no último semestre de 2017. Embora o número seja decisivo para a arrecadação, os segmentos da indústria e serviços são apontados como responsáveis por maior geração de emprego e renda, com avanço de 2,6% e 1,7% respectivamente. Os dados fazem parte de levantamento inédito sobre o Produto Interno Bruto (PIB), realizado pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan).
De acordo com o coordenador de Estudos Socioeconômicos da Pasta, Eduardo Matsubara, as porcentagens refletem diretamente as boas safras registradas ao longo do último ano. Por quatro trimestres consecutivos houve aumento na produção, com leve desaceleração observada apenas no terceiro, se comparado o desempenho com o mesmo período de 2016.
Os dados também são atribuídos ao desempenho da indústria, impulsionada por empreendimentos de transformação, produção e geração de energia. Neste contexto, a fabricação de biocombustível foi a que mais ampliou seus recursos. Já a série de serviços, após uma sequencia de quatro períodos negativos, teve dois trimestres positivos. O comércio foi o segmento que mais contribuiu para o resultado, seguido por transporte e aluguéis.
O titular da Seplan, Guilherme Muller, explica que na dinâmica econômica estadual os três setores não são separados. No entanto, é necessário avaliar a importância da tributação da agropecuária no cenário. “Se não fosse o agro, este Estado seria outro. Há outras discussões, contudo, relacionadas ao pagamento de impostos por esse setor. É preciso pensar qual é o impacto disso na dinâmica econômica. Mas ainda precisamos de Estudos sobre isso”, diz.
Para representar estes processos, ele destaca que o agronegócio cresce consumindo recursos do Estado, usando energia, combustível, maquinário, e equipamentos, movimentando assim a economia. “Se o setor exporta, não paga ICMS, mas pra comprar insumos há essa movimentação. Quando a renda do agro é gerada, há dois setores que vem junto: a indústria que produz pra você comprar, e os serviços. Assim, são contratados serviços pagam ISS aos municípios, geram emprego e renda. As pessoas então fazem compras de produtos, que pagam ICMS.”
O estudo, divulgado na manhã desta terça-feira (27), mostra ainda que o PIB de Mato Grosso cresceu 14,1% no período, desempenho superior ao nacional, que teve aumento de 1,4%. Na variação do acumulado anual, ou seja, de janeiro a setembro de 2017, a economia do Estado cresceu 13,9% enquanto a atividade econômica do Brasil subiu 0,6%. Já no acumulado dos dois últimos trimestres, em relação aos quatro trimestres anteriores, foi constatada aqui alta de 10,2% e redução de 0,2% no Brasil.
Fonte: AgroOlhar