A segunda estimativa de 2018 para a safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas totalizou 227,2 milhões de toneladas, 5,6% inferior à obtida em 2017 (240,6 milhões de toneladas), redução de 13,4 milhões de toneladas. Em relação à 1ª estimativa da safra 2018, divulgada em fevereiro (226,1 milhões de toneladas), a produção aumentou 0,5%. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, que, somados, representam 92,9% da produção e 86,8% da área a ser colhida.
Em relação a 2017, houve aumento de 2,5% na área da soja e reduções de 7,1% na área do milho e de 3,3% na área de arroz. Quanto à produção, devem ocorrer reduções de 1,6% para a soja, 13,5% para o milho e 5,7% para o arroz. A publicação completa, a série histórica e a publicação deste levantamento estão à direita dessa página.
Entre as regiões, a distribuição da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, em toneladas, foi: Centro-Oeste (98,6 milhões); Sul (79,7 milhões), Sudeste (22,0 milhões), Nordeste (18,5 milhões) e Norte (8,3 milhões). Em relação à safra passada, houve aumento de 3,6% no Nordeste e reduções de 6,9% no Centro-Oeste, de 5,1% no Sul, de 7,9% no Sudeste e de 6,3% no Norte.
Estimativa de fevereiro em relação à produção de 2017
Entre os trinta principais produtos, quinze apresentaram variação positiva na estimativa de produção em relação ao ano anterior: algodão herbáceo em caroço (12,1%), amendoim em casca 2ª safra (12,0%), aveia em grão (15,4%), cacau em amêndoa (0,6%), café em grão-arábica (17,1%), café em grão-canephora (7,0%), castanha-de-caju (10,4%), cevada em grão (29,9%), feijão em grão 2ª safra (8,7%), mamona em baga (29,9%), mandioca (1,2%), sorgo em grão (9,2%), tomate (1,9%), trigo em grão (44,3%) e triticale (38,7%).
Os quinze produtos com queda foram: amendoim em casca 1ª safra (-4,6%), arroz em casca (-5,7%), banana (-1,3%), batata-inglesa 1ª safra (-11,4%), batata-inglesa 2ª safra (-3,8%), batata-inglesa 3ª safra (-15,8%), cana-de-açúcar (-2,2%), feijão em grão 1ª safra (-0,7%), feijão em grão 3ª safra (-6,7%), fumo (-3,3%), laranja (-1,5%), milho em grão 1ª safra (-14,9), milho em grão 2ª safra (-12,8%), soja em grão (-1,6%) e uva (-16,3%).
Estimativa de fevereiro em relação a janeiro de 2018
No LSPA de fevereiro destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, na comparação com janeiro: sorgo (7,3%), café canephora (2,9%), milho 2ª safra (0,7%), soja (0,6%), arroz (0,0), milho 1ª safra (-0,1%), algodão herbáceo (-0,6%), tomate (-1,2%), café arábica (-1,2%), feijão 3ª safra (-1,3%), feijão 2ª safra (-1,4%), feijão 1ª safra (-1,5%), cacau (-20,9%) e castanha-de-caju (-29,5%).
ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – A segunda estimativa da produção do algodão alcançou 4,3 milhões de toneladas, uma queda de 0,6% em relação ao mês de janeiro. O rendimento médio também está 0,6% menor, enquanto a área plantada sofreu uma redução de 0,1%. Essa redução foi influenciada pela estimativa de Goiás, pois houve redução de 7,5% em relação ao mês anterior e pela Bahia, que neste mês informou redução de 2,0% na estimativa de produção. Em Goiás, a área plantada também diminuiu 7,8%, com aumento de 0,3% no rendimento médio e, na Bahia, apesar da área plantada ter crescido 0,7%, o rendimento médio caiu 2,7%, o que está relacionado às expectativas quanto ao clima.
ARROZ (em casca) – A estimativa de produção de arroz em fevereiro foi de 11,7 milhões de toneladas, 2.449 toneladas a menos que a estimativa do mês anterior. A previsão para o rendimento médio não se alterou em relação ao mês de janeiro e à área plantada sofreu uma redução de apenas 381 hectares. Cabe ressaltar as variações nos estados do Paraná e Goiás. O Paraná reduziu sua expectativa de produção em 6,4%, puxada pela estimativa do rendimento médio que ficou 6,1% menor que a do mês anterior, visto que a previsão de área plantada ficou apenas 0,3% menor. Em Goiás, houve redução de 1,6% na área plantada. Entretanto, a expectativa de produção ficou 5,8% mais alta, com a previsão de aumento de 7,5% no rendimento médio.
CACAU (em amêndoa) - A estimativa da produção foi de 215,7 mil toneladas, uma redução de 20,9% em relação a 2017. Em fevereiro, a Bahia atualizou sua previsão para o cacau, com redução de 39,6% em relação a janeiro de 2018, quando os cálculos obedeceram à metodologia do LSPA, que considera as cinco últimas médias anuais de rendimento, eliminando-se os extremos, e a área do ano anterior. O estado não aguarda uma boa safra, tendo a Supervisão de Agropecuária do IBGE baiana relacionado como principais causas para a redução a irregularidade climática e o abandono e extinção de algumas lavouras.
CAFÉ (em grão) - A estimativa da produção de café foi de 3,2 milhões de toneladas, ou 53,0 milhões de sacas de 60 kg. Para o café arábica, a produção estimada foi de 2,5 milhões de toneladas, ou 40,9 milhões de sacas de 60 kg, redução de 1,2% em relação ao mês anterior. Apesar do aumento de 1,3% no rendimento médio, a área a ser colhida apresenta redução de 2,4%. Em fevereiro, a Bahia ajustou sua estimativa para a produção de café arábica, reduzindo a área plantada e a área a ser colhida em 21,1% e 29,3%, respectivamente, enquanto o rendimento médio aumentou 5,7%. A produção foi estimada em 87,3 mil toneladas, ou 1,5 milhão de sacas de 60 kg, queda de 25,2% em relação a janeiro. Quanto ao café canephora, a produção estimada é foi de 728,9 mil toneladas, alta de 2,9% em relação a janeiro. As maiores variações no mês também foram na Bahia, com produção estimada em 97,2 mil toneladas, ou 1,6 milhão de sacas.
CASTANHA-DE-CAJU (amêndoa) - A estimativa de produção foi de 148,6 mil toneladas, redução de 29,5% em relação ao mês anterior. Com uma produção de 68,5 mil toneladas de amêndoa, o Ceará, atualizou a estimativa anterior, que foi calculada utilizando-se da metodologia do LSPA. O estado tem atravessado longo período de seca, sendo responsável por 46,1% da produção nacional de castanhas-de-caju. Outros importantes produtores são Rio Grande do Norte, com uma produção estimada de 33,9 mil toneladas e Piauí com 30,0 mil toneladas. A produção de castanha-de-caju está concentrada na região Nordeste, em áreas de clima tradicionalmente sujeito à ocorrência de seca, estando, portanto, a produção relacionada à quantidade e regularidade das chuvas ao longo do ano, particularmente nas épocas mais sensíveis das plantas, como na floração e frutificação.
FEIJÃO (em grão) – Com uma produção estimada em 3,3 milhões de toneladas, o feijão apresentou queda de 1,4% em relação ao mês anterior. A previsão para a 1ª safra foi reduzida em 1,5% na comparação com a estimativa de janeiro, com quedas na Bahia (-21,9%) e no Paraná (-3,0%). Em Pernambuco, porém, a estimativa cresceu 156,6% em relação a janeiro, por conta da expectativa positiva para o clima.
A 2ª safra de feijão foi estimada com redução de 1,4% frente à estimativa de janeiro. O declínio na expectativa de produção da 2ª safra de feijão deve-se, principalmente, à redução nos estados da Bahia (7,5%), Paraná (1,7%) e Goiás (10,7%), por conta do clima. Expectativas com relação à rentabilidade também servem de estímulos à tomada de decisão em relação ao plantio da safra das secas.
Em relação à 3ª safra, houve redução de 1,3% na produção em relação à estimativa anterior. Goiás foi o estado com maior influência nesse resultado, com queda de 3,7% na produção. Os maiores produtores desta safra são Minas Gerais (37,3%), Goiás (34,7%) e São Paulo (11,9%). Expectativas com relação à rentabilidade das lavouras também representam estímulos à tomada de decisão em relação ao plantio da safra irrigada.
MILHO (em grão) – A estimativa de produção do milho alcançou 86,1 milhões de toneladas, aumento de 0,4% em relação ao mês anterior. Para a 1ª safra, a produção estimada foi de 26,5 milhões de toneladas, queda de 0,1% em relação ao mês anterior. Paraná, Goiás, Bahia e Pará informaram reduções em suas estimativas de produção em relação a mês anterior.
Para a 2ª safra, a produção estimada foi de 59,7 milhões de toneladas, aumento de 0,7% em relação ao mês anterior. O crescimento da estimativa da produção do milho 2ª safra no mês se deve, principalmente, a Goiás, que aumentou em 4,7% sua estimativa de produção, totalizando 7,9 milhões de toneladas, por causa das expectativas positivas para o clima. Outro estado que aumentou sua estimativa de produção na 2ª safra foi o Paraná, prevendo crescimento de 0,6% e 12,4 milhões de toneladas de milho no período.
SOJA (em grão) – A estimativa para produção de soja é de 113,2 milhões de toneladas, aumento de 0,6% quando comparado com o mês anterior (112,4 milhões de toneladas). A área plantada aumentou 0,5%, alcançado 34,7 milhões de hectares. No caso do rendimento médio, o aumento foi de 0,2%. A colheita avançou nos principais estados produtores, porém encontra-se atrasada em relação a 2017. O excesso de chuvas tem dificultado os trabalhos no campo e consequentemente elevado os custos de produção, seja para controlar as doenças fúngicas ou pelo aumento no consumo dos combustíveis. Em compensação, em fevereiro, o preço da soja atingiu o maior patamar em um ano na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOLT). A falta de chuvas na Argentina desde novembro continua impulsionando os valores da oleaginosa no mercado internacional, assim como o atraso na colheita no Brasil devido ao excesso delas.
A maior alteração na produção este mês foi em Goiás, com crescimento de 6,8% graças ao reajuste no rendimento médio, que subiu 6,5% por causa do bom clima em fevereiro. Com isso, a estimativas de produção de soja no estado foi de 11,2 milhões de toneladas e se aproximou da safra recorde de 2017, que foi de 11,4 milhões de toneladas. A Bahia também atualizou suas estimativas, com crescimento de 11,4% na área plantada e redução de 10,7% no rendimento médio. Com isso a produção esperada é de 4,7 milhões de toneladas, 0,5% menor que a estimativa divulgada no mês anterior. No Paraná, ocorreram problemas climáticos, como excesso de chuvas e duas semanas de estiagem.
SORGO (em grão) – A estimativa da produção foi de 2,3 milhões de toneladas, alta de 7,3% em relação ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida apresentaram crescimento de 2,7%, enquanto o rendimento médio aumentou 4,5%. Os dados foram impulsionados por Goiás, que estimou uma produção de 992,4 mil toneladas, aumento de 24,1% em relação ao mês anterior, devendo o rendimento médio alcançar 3 523 kg/ha, aumento de 23,3%. Goiás deve participar com 42,3% da produção nacional em 2018, sendo seguido por Minas Gerais, com 594,2 mil toneladas e participação de 25,3% no total.
TOMATE – Apesar da queda de 1,2% na produção de tomate em fevereiro, em relação a janeiro de 2018, a safra brasileira em 2018, de 4,5 milhões de toneladas deve atender satisfatoriamente ao consumo interno. Os maiores produtores são Goiás com 32,4% da produção nacional, São Paulo com 21,1%, Minas Gerais com 16,7%, Bahia com 4,5% e Santa Catarina com 4,4%.
Fonte: IBGE