Vendas de PC reagem após 5 anos em queda

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Após cinco quedas consecutivas no volume de unidades vendidas, o mercado de PCs voltou a crescer no ano passado, com alta de 15%. O resultado, no entanto, não representa uma reversão de tendência. A perspectiva é que o setor cresça 2% este ano, mas volte a registrar estabilidade ou retração no médio e longo prazo.

 

O resultado de 2017 foi impulsionado, principalmente, pela queda nos preços dos produtos e por alguns fatores pontuais, como a liberação das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Com o avanço, as vendas de notebooks e desktops atingiram montante de 5,19 milhões de produtos.

 

Em valor, o crescimento foi bem menor, de 3,3%, para uma receita de R$ 11,73 bilhões. A diferença no crescimento em volume e valores ocorreu, essencialmente, por uma redução expressiva do tíquete médio das compras.

 

A queda nos preços, segundo o estudo da consultoria IDC Brasil, foi de 10,5%, passando de um valor médio de R$ 2.524 em 2016 para R$ 2.262 no ano passado. Os computadores, mesmo os fabricados no Brasil, possuem exposição grande ao dólar, uma vez que boa parte das peças e insumos usados na fabricação são importados.

 

Com a moeda norte-americana em patamar mais baixo em 2017, frente ao real, se abriu espaço para a oferta de condições melhores de preços ao consumidor final, explica o analista da consultoria IDC Brasil, Pedro Hagge.

 

Para 2018, a previsão é que os preços fiquem mais estáveis. Em relação ao volume de vendas, a expectativa da consultoria é que o mercado continue crescendo, ainda que em ritmo muito menor do que o apurado no ano passado. A projeção é uma alta de 2%, com 5,3 milhões de aparelhos vendidos. Para Hagge, o crescimento ainda deve refletir a demanda reprimida muito grande dos últimos anos de queda.

 

“Temos espaço para crescer este ano, mas a tendência para o médio e longo prazo é de estabilidade e com viés de queda”, afirma o analista da IDC Brasil. A maior parte das vendas de computadores hoje é para substituir um produto antigo, com poucos novos compradores entrando no mercado. Além disso, a vida útil dos produtos têm aumentado, o que torna as trocas cada vez menos frequentes, impactando negativamente o desempenho.

 

O problema grave sofrido pela indústria de PCs iniciou após a popularização dos smartphones, que começaram a roubar mercado dos computadores. Somado a isso, há uma dificuldade grande dos fabricantes de trazerem inovações para os produtos. “É muito difícil inovar em um PC quando se pensa em hardware. As inovações que foram implementadas pela indústria não se mostraram atrativas para os consumidores”, ressalta Hagge.

 

O analista cita o exemplo dos computadores com tela touch e os 2 em 1. Nos dois casos, as vendas não decolaram. Para ele, o setor tem espaço para crescer em alguns nichos específicos, por exemplo, o de computadores para jogos. “O mercado game ainda tem muito espaço para crescer, e já é hoje um segmento rentável”, afirma. A consultoria, no entanto, não possui ainda dados sobre o desempenho apenas dos aparelhos dessa categoria.

 

Fonte: DCI


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