Após quatro anos de crescimento, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro sentiu os efeitos da crise econômica nacional e caiu 5,9% em 2017, na comparação com 2016. A agricultura, com uma queda de 10,8%, levou o resultado para baixo, enquanto a pecuária dentro do Estado ficou praticamente estagnada. Nas lavouras, os preços mais baixos de commodities-grãos e a bienalidade negativa do café foram as principais razões da retração.
“Os impactos da economia do País trouxeram os resultados do agronegócio mineiro para baixo. Ao longo do ano passado, percebemos que o setor já vinha apresentando números negativos, comprovando que os efeitos da crise chegaram aos campos. O desemprego, que leva à redução do consumo das famílias, também impacta na produção e nos serviços ligados às cadeias produtivas. No ano passado, ficou comprovado que a crise finalmente atingiu o setor”, analisou a coordenadora da Assessoria Técnica da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso.
Os números do agronegócio de Minas foram tão taxativos, que todos os segmentos que formam as cadeias produtivas da agricultura e da pecuária, à exceção do grupo insumos, com alta de 0,4%, caíram em 2017, em relação a 2016. Nesse confronto, os setores primário e indústria tiveram quedas de 6,5%, cada um; e serviços registrou redução de 5,9%.
A coordenadora da Faemg explicou que, de forma geral, os preços de commodities agrícolas importantes para o Estado, especificamente de grãos, decresceram no ano passado. Além disso, o café, que tem importante contribuição para o PIB do setor, atravessou bienalidade negativa, com queda de safra em 2017.
Agricultura - A área agrícola viu seu PIB cair 10,8% em 2017, sobre 2016. Esse resultado reflete as retrações observadas nos segmentos: primário (-18,4%); indústria (-8,1%); e serviços (-10,8%). A área de insumos, ao contrário, apresentou alta de 6,9%. Para se ter uma ideia, em 2017, os preços reais do café caíram 6,7%, do milho, tiveram queda de 35%, e da soja, recuo de 11,5%.
Pecuária - O PIB de 2017 da pecuária ficou estabilizado em relação ao de 2016. Foi apurado aumento de 2,1% na indústria e alta de 0,7% nos serviços, mas os segmentos insumo e primário registraram quedas de 4,3% e 0,04%, respectivamente, na mesma base de comparação. Neste caso, os preços reais do leite, que também é importante para o agronegócio de Minas, sofreram uma redução de 7% no ano passado.
O PIB do agronegócio de Minas Gerais em 2017 correspondeu à R$ 192,3 bilhões, cerca de 13,5% do PIB nacional do setor no exercício. Nas lavouras mineiras, foram gerados R$ 100,9 bilhões, e na pecuária, R$ 91,4 bilhões, participações de 52,5% e 47,5%, respectivamente.
Os dados do PIB do agronegócio de Minas são calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) e da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Fonte: Diário do Comércio de Minas