A greve dos caminhoneiros paralisou o agronegócio em Minas Gerais, causando diversos prejuízos aos produtores. Com o fim do movimento, os setores retomam as atividades. Nas Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasa Minas), unidade Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a oferta de hortifrutigranjeiros começou a ser regularizada nesta sexta-feira. Já no setor avícola, as indústrias estão reiniciando, ainda que de forma lenta, a produção. Mesmo com a retomada das atividades, os prejuízos provocados pela paralisação não serão recuperados.
De acordo com o presidente da Cooperativa dos Produtores de Hortifrutigranjeiros do Estado de Minas Gerais (Coophemg), José Antônio Dias Silveira, após dias sem entrega de frutas, verduras, legumes e hortaliças, as negociações na Ceasa Minas foram retomadas. No local, grande parte dos produtos voltou a ser ofertado.
“Com o final da paralisação dos caminhoneiros, os produtores estão conseguindo retomar a comercialização dos produtos. Neste 1º de junho, todos os caminhões que chegaram ao Mercado Livre do Produtor da Ceasa Minas, conhecido como “Pedra”, conseguiriam descarregar”.
Ainda segundo Silveira, a presença de compradores estava maior que durante os dias normais de comercialização. A falta de abastecimento ao longo dos últimos dias explica a demanda elevada.
“O movimento de compradores foi muito forte nesta sexta feira, pois foram dias sem conseguir comprar os produtos. A participação dos produtores também foi acima da média. Mas muitas lojas ainda estão repondo as mercadorias”.
Com a reabertura das rodovias e o fim da paralisação, a tendência é de aumento da oferta de produtos ao longo dos próximos dias. Mesmo nesta sexta, com a demanda elevada, vários produtos importantes, como o tomate e folhosas, por exemplo, já estavam com preços equivalentes aos praticados antes da greve. Outros itens, como a batata e o repolho, ainda estão com preços elevados, mas a tendência é de queda com a regularização da oferta.
Agricultura familiar - Já a situação do produtor rural, que na maior parte é de pequeno porte e da agricultura familiar, é crítica. Durante os dias de paralisação e bloqueio das rodovias, vários itens foram descartados e este prejuízo não será recuperado.
“Os produtores tiveram que descartar vários itens e, consequentemente, não tiveram retorno financeiro. Por isso, estão com a capacidade de investir comprometida, o que vai interferir na oferta mais para frente”, explicou.
Produtos - De acordo com os dados publicados no site da Ceasa Minas, neste 1º de junho, a oferta de produtos cresceu em comparação ao dia 25 de maio, quando o entreposto já registrava baixo abastecimento.
Entre os produtos comercializados no entreposto destaque para a oferta de batata-inglesa. O alimento, que está entre os mais consumidos, apresentou uma oferta de 20 mil sacas de 50 quilos no primeiro dia de junho, enquanto no dia 25 de maio não foi registrada entrada do produto.
Outros itens que não tinham disponibilidade no dia 25 de maio foram o abacaxi, que hoje chegou a uma oferta de 6,3 mil dúzias, seguido pela cebola, com oferta de 23 mil sacas de 20 quilos e cenoura, com entrada de 10,4 mil sacas de 20 quilos.
Fonte: Diário do Comércio de Minas