Entender e se preparar para atender a comunidade LGBTI+ ainda é um desafio no varejo brasileiro. Na data em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBT, uma pesquisa da Oldiversity aponta que 74% dos entrevistados acham que o varejo não sabe lidar com a diversidade.
“47% dos ouvidos não conseguiram associar de forma espontânea o conceito de diversidade a qualquer marca. Isso significa falta de fatos ou conteúdos capazes de conectar marcas a causas humanas e mostra o quanto o posicionamento, a oferta e a comunicação de marcas estão distantes da diversidade”, afirma CEO da Croma, Edmar Bulla.
Para composição do estudo foram ouvidos 1814 entre negros, LGBT+ e Pessoas com Deficiências (PcDs), e os números são relevantes: 77% começaram a consumir produtos das marcas que se posicionam sobre a diversidade, e eles também são mais reivindicadores: são os que mais gostariam de ver propagandas para PcDs (68%), LGBT+ (56%) e negros (50%). “Esse comportamento abre oportunidades concretas sobre a demanda existente e reprimida para o público LGBT+, que se mostra receptivo e com opiniões consolidadas sobre as relações entre marcas e pessoas”, diz Bulla.
Outro dado interessante diz respeito ao consumo de publicidade, 45% dos entrevistados concordam que a diversidade ainda é um tabu para as marcas e apenas 30% dos LGBT+ concordam que os brasileiros gostam de ver propagandas que mostrem cenas de diversidade. “Estes indicadores contribuem para formar um imaginário conservador, asséptico e neutro da realidade social do País”, afirma Bulla.
Quem apostou na comunidade LGBT+ e tem colhido bons frutos foi a PepsiCo que trouxe para o Brasil o Doritos Rainbow com a campanha “Mais Cores. Mais Diversidade. Mais Empoderamento” como parte da campanha para a Parada do Orgulho LGBTI+ que aconteceu em São Paulo.
“É nossa responsabilidade, como profissionais de marketing, retratar a sociedade como ela é. Mostrar que as pessoas são muito mais diversas do que vem sendo retratado na propaganda”, finaliza Bulla.
História de resistência
Em 28 de junho de 1969, em Nova York (EUA) um confronto entre a comunidade LGBT e policiais no bar Stonewall marcou o início da luta e resistência contra a violência. O levante contra repressão policial durou dois dias, ficou conhecida como Rebelião de Stonewall e se deu após constantes batidas policiais no bar. Em 28 de junho de 1970 a primeira parada foi feita nos EUA para homenagear a luta.
Fonte: DCI