Produtores brasileiros comprometeram para vendas 38% da safra 2018/19 de café, projetada em 60,50 milhões de sacas, de acordo com levantamento mensal da consultoria Safras & Mercado com dados até o último dia 7.
Na comparação com 10 de julho, houve um avanço de sete pontos percentuais nas vendas, segundo dados da Safras divulgados nesta quinta-feira (9). A comercialização de café seguiu ativa ao longo de julho, primeiro mês da temporada comercial 2018/19, ressaltou o consultor da Safras Gil Barabach.
Apesar da queda no preço e do fluxo mais cadenciado de venda por parte do produtor, os negócios, de uma forma geral, evoluíram bem, diz a consultoria em nota. “A necessidade de caixa do produtor e a agressividade de algum exportador mais curto garantiram liquidez aos negócios, justificando a boa performance”, afirmou o consultor.
“É bom destacar, que o grande saldo de vendas antecipadas da safra nova (negócios a termo) também ajuda a explicar o expressivo volume comercial comprometido pelo produtor na atual temporada”, completou Barabach.
O ritmo de vendas está acima de igual período do ano passado, quando girava em torno de 34% e mais acelerado em comparação à média dos últimos cinco anos para o período, de 36% da produção, disse a consultoria. Dessa forma, de acordo com a Safras, as vendas de café da safra nova alcançam 22,78 milhões de sacas.
No caso do arábica, o produtor vendeu 35% da safra, um percentual acima dos 30% registrados em igual época do ano passado, mas em linha com a média para o período. Já a comercialização de café conilon (robusta) alcança 44% da safra, ante 45% em igual período de 2017 e 42% de média.
Safra
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados ontem, o Brasil deve produzir um recorde de 57,2 milhões de sacas de café neste ano, um ligeiro corte ante a estimativa anterior, de 57,3 milhões de sacas.
O volume é 24,3% superior às 46 milhões de sacas do ano passado e reflete a bienalidade positiva do arábica, principal variedade cultivada no país. A produção de arábica deve alcançar 43,1 milhões de sacas, enquanto a de conilon, 14,1 milhões de sacas.
O Brasil é o maior produtor e exportador global de café. Um aumento na colheita contribuiria para que o país recompusesse seus estoques, que fecharam a safra passada no menor nível em seis anos.
Exportação
O Brasil exportou em julho 2,3 milhões de sacas de café, considerando café verde, solúvel e torrado & moído, alta de 24,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados do o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
A receita cambial cresceu 10,8% na mesma base de comparação, chegando a US$ 337,2 milhões. No acumulado do ano, foram exportadas 16,9 milhões de sacas, perfazendo uma queda de 0,3%, e a receita foi 10,9% menor, alcançando US$ 2,6 bilhões.
Fonte: Reuters