Apesar de pouco confiantes em relação às vendas para o Dia dos Pais em 2018, boa parte dos comerciantes de lojas de roupas e calçados masculinos e de bebidas em Belo Horizonte alcançou resultados positivos na data comemorativa. De acordo com levantamento divulgado no final de julho pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o percentual de lojistas pessimistas era menor no ano passado.
Neste ano, 30,7% dos entrevistados acreditaram que o resultado das vendas seria pior, enquanto, em 2017, 19,6% mostravam pessimismo. Fatores como a lenta recuperação econômica no Brasil e a indefinição do cenário político influenciaram a confiança dos empresários para este ano.
Com 18 anos de atuação no mercado no segmento de moda social masculina, Pedro Paulo Drumond, proprietário da mineira Companhia do Terno, ressaltou que o contexto econômico do País, especialmente no que diz respeito ao desemprego, contribuiu para o desânimo em relação à data.
Segundo ele, as lojas da marca apresentaram crescimento de 6% nas vendas durante o fim de semana do Dia dos Pais na comparação com o mesmo período do ano passado. O tíquete médio foi de R$ 240,00 e 82% das compras realizadas foram pagas com cartão, sendo 70% no cartão de crédito.
“A situação econômica do País está muito ruim, por isso a nossa expectativa era de um resultado pior e ficamos surpresos positivamente. Acredito que a qualidade das mercadorias e preços melhores fizeram a diferença para o aumento das vendas”, afirmou Drumond.
Também com expectativas inicialmente baixas para a data comemorativa, o proprietário da Ideale Calçados, Marcelo Henrique Diniz Rolim, registrou crescimento de 10% em relação ao ano passado durante a semana do Dia dos Pais, com tíquete médio de R$ 200,00 neste mês. Nas seis lojas da marca, a forma de pagamento mais utilizada foi o cartão de crédito.
O investimento em mercadorias e estratégias específicas para a data fizeram a diferença na avaliação do proprietário, que não esperava um resultado positivo. “Estávamos um pouco céticos, já que o comércio está muito ruim e a economia não deslancha. Apesar disso, sempre apostamos em produtos de qualidade, oferecendo promoções interessantes e por isso acho que deu certo, fizemos o dever de casa”, disse Rolim.
Fidelização - Segunda melhor data do ano para os negócios da Casa Rio Verde, atrás apenas do Natal, o Dia dos Pais de 2018 teve como destaque a fidelização dos clientes por meio da assinatura do Clube de Vinhos que, além de disponibilizar mensalmente kits selecionados de acordo com o grau de afinidade do assinante com a bebida, também dá desconto de 10% nas compras em lojas físicas.
O gerente de varejo, Renato Vinhal, ressaltou que, nas vendas totais, as cinco lojas da marca apresentaram queda de 5% em comparação com a semana do Dia dos Pais do ano passado. No entanto, a venda de assinaturas do Clube de Vinhos, também nessas cinco lojas, cresceu 30% durante o período.
Além disso, Vinhal destacou que a unidade recém-inaugurada no bairro Vila da Serra, em Nova Lima, teve a melhor semana desde o início das atividades, em março deste ano, com crescimento de 150% em relação às outras semanas. Se somado o desempenho da nova unidade aos resultados das outras cinco lojas, houve crescimento de 16% nas vendas em relação ao Dia dos Pais do ano passado.
“O resultado do Clube de Vinhos é muito positivo porque cria uma fidelização do cliente para além da data comemorativa. Outro resultado importante foi o desempenho excepcional da nova loja, que ajudou a impulsionar as vendas no geral”, disse Vinhal.
Resultados negativos – Já a loja da grife de moda masculina Brooksfield, localizada no BH Shopping, não teve um bom Dia dos Pais. Segundo o gerente Arley Gomes Pereira, a expectativa para o sábado, véspera da data, era de R$ 160 mil, e foram vendidos R$ 119 mil. A queda nas vendas para o mês de agosto até o momento foi de 15% e o tíquete médio esperado de R$ 800,00 alcançou apenas os R$ 418,00 no Dia dos Pais.
“No geral as vendas estão fracas, mas, especificamente no Dia dos Pais, foram muito ruins apesar de ações como panfletagem, prospecções, uso das redes sociais e realização de coquetéis na loja. Fatores como preços, o momento que o País está passando e a instabilidade do ano com eleições, influenciaram nas vendas”, explicou Pereira.
Fonte: Diário do Comércio de Minas