O programa RenovaBio, ainda em fase de regulamentação, pode aumentar o consumo de etanol nos estados de Mato Grosso, Amazonas e Rondônia em até 2,07 bilhões de litros se confirmada a meta de atingir uma redução de 10% da participação de combustíveis fósseis na matriz brasileira.
De acordo com relatório do Rabobank assinado pelo estrategista global de açúcar e etanol, Andy Duff, a elevação considerável da fatia de etanol na matriz de combustíveis dos três estados ocorreria conforme o valor estipulado no objetivo nacional de redução dos combustíveis fósseis. “Sob tais premissas, Mato Grosso conta com metade deste aumento de consumo”, aponta Duff. Apesar disso, o estrategista ressalta que o RenovaBio não resultaria necessariamente na distribuição uniforme da contribuição à meta, visto que poderia ocorrer um aumento desproporcional no uso de etanol em regiões em que a logística ou a produção maior traria condições mais propícias, como por exemplo São Paulo.
O estrategista conclui que produzir etanol no Mato Grosso será uma atividade interessante, principalmente se o preço do milho refletir a média recente e a venda ocorrer no próprio estado com a gasolina em valor próximo do atual.
Cepea
Segundo estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a vantagem do açúcar cristal frente ao etanol vem diminuindo na parcial da atual safra em São Paulo.
Os pesquisadores do Cepea indicam que esse cenário está atrelado à baixa no preço do cristal no mercado interno durante esta temporada, o que se deve às quedas externas do adoçante, por conta do excesso de oferta global da commodity. A Organização Internacional de Açúcar (OIA) projeta excedente de 6,747 milhões de toneladas na safra mundial 2018/19. Neste ciclo, o açúcar cristal remunerou apenas 12% a mais que o etanol anidro, contra 66% na safra 2016/17 e 50% na de 2017/18. Quanto ao hidratado, o açúcar está 17% mais vantajoso na atual temporada ante 57% na anterior.
Fonte: DCI