Na tabela abaixo, a produção brasileira de ovos em 2017 por Unidade Federativa brasileira, conforme levantamento da Produção Pecuária Municipal do IBGE. A tabela contém, ainda, o plantel de galinhas poedeiras (comerciais e reprodutoras) em 31 de dezembro de 2017 e, como ilustração (isto é, sem qualquer caráter técnico), a relação entre o plantel de poedeiras e o volume de ovos produzidos.
Notar que não há uma relação direta entre plantel produtor e volume de ovos produzidos. Assim, por exemplo, embora o estado de Minas Gerais seja apontado como terceiro produtor de ovos do País, seu plantel de poedeiras o coloca na quarta posição.
Por falar em Minas Gerais, é estranhável que neste levantamento o estado surja, ainda que por pequena diferença (2,8% a menos), atrás do Paraná. E o estranhamento vem dos fatos de que (1º) dados do próprio setor avícola (ABPA) indicam que, no alojamento de poedeiras comerciais, Minas ocupa a segunda posição (em 2017, 11% do total alojado nacionalmente, enquanto o Paraná alojou menos de 6%); e (2º) outro levantamento do IBGE (produção trimestral levantada em granjas com mais de 10 mil poedeiras) também aponta Minas Gerais como o segundo maior produtor de ovos do Brasil.
Parte da resposta a essa questão talvez se encontre no fato de o Paraná ser o maior produtor de pintos de corte do Brasil (respondeu, em 2017, conforme dados da APINCO, por 30% da produção nacional do setor). Ou seja: parcela representativa da produção paranaense de ovos está representada por produto incubável. Daí, provavelmente, sua colocação como segundo produtor nacional de ovos.
Sob esse aspecto, aliás, a relação ovo/plantel de poedeiras apresentada na tabela abaixo (coluna à direita) mostra, por exemplo, que enquanto em São Paulo essa relação supera os 253 ovos, no Paraná ela está abaixo de 200. A aparentemente baixa produtividade parece estar relacionada à produção de ovos férteis, situação que se repete em Santa Catarina, segundo maior produtor de pintos/frangos do Brasil (outras UFs mostram produtividade bem mais baixa, mas isso, por ora, não tem explicação lógica, exceto se parcela representativa do plantel estiver representada por novas poedeiras, ainda sem produção).
É interessante notar, também, que enquanto neste levantamento o IBGE aponta produção total de 4,245 bilhões de dúzias (perto de 51 bilhões de ovos), o levantamento trimestral, já citado, aponta para 2017 volume da ordem de 3,313 bilhões de dúzias - menos de 40 bilhões de ovos. Porque a diferença?
Como foi citado anteriormente, o levantamento trimestral não abrange todo o universo produtor de ovos, pois se restringe às granjas com, no mínimo, 10 mil poedeiras. Já a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) considera toda a produção de ovos, independentemente do tamanho do plantel produtor. O próprio IBGE reconhece essas diferenças e conclui, frente aos números de um e outro levantamento, que 78% da produção nacional de ovos de galinha provêm de granjas que alojam pelo menos 10 mil aves.
Fonte: AviSite