Na média dos últimos 214 meses (isto é, desde janeiro de 2001, quase 18 anos), a dúzia de ovos nas granjas do interior paulista foi comercializada por 72% do valor alcançado pelo frango vivo. Mas, muito recentemente, o ovo experimentou momentos bem melhores que a média dessas quase duas décadas.
No ano passado, por exemplo, durante cinco meses (março a julho) ele foi negociado por valor superior ao do frango vivo. O ápice ocorreu em abril, ocasião em que o produtor de ovos paulista recebeu quantia 13,5% superior à de seu conterrâneo produtor de frangos (na média do mês, frango vivo a R$2,50/kg; ovo a R$85,13/caixa – perto de R$2,84 a dúzia).
Situação muito próxima voltou a ser registrada neste ano – mas em índices inferiores e por apenas um mês. Em março último, com o ovo cotado a R$73,08/kg e o frango vivo a pouco mais de R$2,35/kg, a diferença a favor do produtor de ovos foi pouco além de 3%.
Foi só, porém. Porque a partir de abril a queda vem sendo ininterrupta e o breve interregno observado em junho teve causa artificial – a greve dos caminhoneiros. Assim, em outubro corrente o ovo apresenta um dos menores índices já registrados pelo setor desde 2001.Ou, considerados os valores médios registrados no mês (frango vivo a pouco mais de R$3,20/kg; ovo a R$44,39/caixa), vale não mais que 46% do preço do frango vivo.
Naturalmente, essa baixa relação está vinculada, também, à valorização que o frango vivo vem registrando no corrente semestre. Mas a principal determinante dessa situação é, efetivamente, a contínua desvalorização do ovo. Que está fechando outubro corrente com uma desvalorização de quase 40% em relação ao valor médio de março.