A produção brasileira de soja pode ficar entre 123 milhões e 130 milhões de toneladas na temporada 2018/19, um recorde histórico, disse o CEO da consultoria agrícola Céleres, Anderson Galvão, nesta terça-feira (4). Outros países na América do Sul também devem colher uma grande safra, disse Galvão durante evento em Campinas, indicando que os preços de referência da oleaginosa não devem superar os US$ 9 por bushel em 2019. "Apesar dos baixos preços internacionais, os produtores de soja, milho e algodão brasileiros conseguirão lucrar", disse Galvão.
Fatores como a desvalorização da moeda e os prêmios nos portos estão dando suporte aos preços no interior do Brasil. Porém, ele acrescentou que a trégua na guerra comercial entre Washington e Pequim para negociar novos termos comerciais já está pressionando os prêmios brasileiros nos últimos dias.
Riscos climáticos causados pelo fenômeno El Niño podem afetar as lavouras entre janeiro e março, apesar de o impacto sobre os preços da soja serem limitados pelos grandes estoques globais, disse Galvão.
Apesar do tempo, no geral, ter sido favorável durante a temporada 2018/19 no País, o El Niño pode causar secas na região de Mapitoba, que deve responder por quase 12% da produção da oleaginosa do Brasil neste ciclo, de acordo com estimativas do governo.
Plantio no Paraná
O Paraná entrou em dezembro com o plantio de soja da safra 2018/19 praticamente encerrado, em linha com o observado há um ano, porém com as lavouras em condições melhores, sinalizando um bom potencial produtivo no segundo maior produtor brasileiro da oleaginosa, disse o Departamento de Economia Rural (Deral) nesta terça-feira (4).
Até a véspera, 99% da área prevista havia sido semeada, igual na comparação anual.
O plantio no Estado até começou acelerado, mas acabou perdendo ritmo em razão de chuvas em excesso nos últimos meses. Em boletim semanal, o Deral informou que até o momento 97% das plantações estão em boa condição, ante 90% há um ano.
Fonte: DCI