A indústria tem investido no mercado de higiene e cuidados pessoais e quer diversificar o portfólio para ganhar market share. Prevendo crescimento do consumo nestes segmentos, empresas estão ampliando a produção local.
Em entrevista exclusiva ao DCI, a Sanfarma revelou um investimento de mais de R$ 2 milhões em sua fábrica em Americana (SP) para nacionalizar a produção de hastes flexíveis da marca. “Este mercado é realmente muito grande no Brasil e queríamos ter um produto mais competitivo, o que só é possível se abraçarmos a fabricação em casa”, explica o diretor comercial da Sanfarma, Luciano de Biagi.
Atualmente, a companhia produz 2,5 milhões de unidades do produto por ano. Com os investimentos em infraestrutura e maquinários, a previsão é de que o volume passe para 5 milhões até o próximo ano.
O executivo conta que a empresa avaliou um potencial mal aproveitado, em função da importação da matéria-prima. “Passamos a produzir por maior competitividade. Avaliamos diversas oportunidades no mercado de homecare, segmento que passamos a atuar desde o ano passado.”
Biagi afirma que a empresa teve crescimento de 23% em 2018, totalizando um faturamento de R$ 36 milhões. “A crise não nos afetou, crescemos acima do mercado.” Mas ele avalia que a variação cambial afetou a operação da companhia. “Não fizemos todo o repasse, reduzimos as margens. Quando se trabalha com commodities, ocorre essa pressão.”
Para 2019, a previsão é de crescimento de 20% a 25%. “É um número desafiador, pois no ano passado estávamos entrando em um novo segmento e tivemos a participação de novos clientes. Agora, vamos trabalhar em um mercado mais maduro”, ressalta Biagi.
O executivo afirma que a empresa pretende ampliar o número de pontos de vendas. “O nosso principal foco é no varejo farmacêutico, mas também vamos ter maior presença no varejo alimentar e de cosméticos.” Hoje, a Sanfarma atua em 80 mil pontos de venda no varejo farmacêutico.
Lançamentos
O presidente da Sunstar Brasil, Luiz Tavares, conta que o mercado de higiene bucal teve crescimento entre 2% a 4% em 2018. “Enquanto isso, a Gum, nossa marca no segmento, cresceu acima de 90% nos últimos três anos.”
Em 2019, a empresa possui como meta aumentar a representatividade do mercado brasileiro em sua operação na América Latina. “Queremos que o Brasil chegue a 15% de participação regional da companhia”, revela o executivo. “Para o setor como um todo, o Brasil representa 45% do mercado regional. Isso mostra que ainda temos bastante espaço para crescer”, assinala.
Para Tavares, o crescimento da Gum acima do mercado se sustenta pelo volume de lançamentos. “Trazemos inovações todos os anos, como produtos licenciados para o público infantil para estimular a higiene nessa faixa etária.”
Em 2019, a previsão é de cerca de 10 lançamentos. Sem produção local, a Gum atua através de importações. “A variação cambial deixa o negócio desafiador, mas por conta desse volume, conseguimos minimizar o efeito”, explica.
Tavares acredita que o câmbio estará mais estável em relação ao ano passado.
Com base no crescimento previsto para a economia do País entre 1,5% a 3%, ele espera que a retomada econômica traga mais oportunidades. “A perspectiva é que o mercado de higiene cresça de 2% a 4%, um pouco acima do PIB. Em momentos de recuperação, abre-se espaço para novos produtos, de categorias que ainda não estão saturadas no Brasil”, avalia Tavares.
Fonte: DCI