Varejo regional ganha mais força com as festas juninas nas periferias

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Diante da expansão das festas juninas em regiões periféricas dos grandes centros urbanos, redes varejistas elevam os estoques de produtos e elaboram diferentes ações nos pontos de venda para aumentar o faturamento durante o período comemorativo.

 

“Nesse período de festas juninas, algumas de nossas unidades registram um desempenho maior em relação às outras. Nas operações localizadas em regiões periféricas, por exemplo, o crescimento no volume de vendas costuma chegar a 50%”, explicou o proprietário da rede varejista Supermercados Mundial, Pedro Paulo Reis, lembrando que o avanço de vendas em bairros de maior poder aquisitivo tradicionalmente é de 20% em junho.

 

De acordo com o executivo, nos últimos anos houve um “aumento significativo” de festas juninas nesses locais – o que impulsionou a aposta da rede sobretudo em produtos como canjica, ervilha, doces. “Essas categorias aumentam cerca de 50% o volume de vendas”, complementou o executivo. Atualmente, sete das 19 unidades da rede varejista estão localizadas em regiões periféricas da cidade do Rio de Janeiro.

 

Segundo um levantamento realizado pelo Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), a expectativa do comércio carioca é de um incremento de até 2,5% nas vendas até o fim do mês de junho. A pesquisa realizada com 250 lojistas ainda aponta que o preço médio das compras será em torno de R$ 120,00 e os consumidores devem utilizar o cartão de crédito como forma de pagamento, seguido de cartão de loja, dinheiro, cartão de débito, cheque e crediário.

 

Nessa mesma linha, o sócio-diretor da consultoria em varejo Azo Negócios, Marco Quintarelli, o caráter regional das festas junina tem se fortalecido nos últimos anos e, consequentemente, permeando mais os bairros de menor poder aquisitivo. “Especificamente no Estado do Rio de Janeiro esse movimento tem ocorrido com maior intensidade. Nesse período de junho, muitos varejistas estão adaptando o sortimento de produtos e marcas conforme a proximidade com festas juninas em bairros com a maioria dos consumidores das classes C, D e E”, complementou.

 

De acordo com o especialista, esse período também pode ser encarado como uma oportunidade das redes de varejo alimentar agregarem valor ao produto e, consequentemente, elevarem o tíquete médio dentro dos negócios.

 

“Existe a possibilidade do comerciante investir em um estoque com produtos complementares aquele item típico das festas juninas, como por exemplo a paçoca ou outras variações de alimentos feitos com amendoim”, argumentou.

 

Ainda de acordo com ele, outra estratégia que vem sendo utilizada em muitas redes é a composição das gôndolas com refeições e pratos semi-prontos para o consumo. “A comodidade dessa categoria de produto tem se tornado atrativa para o consumidor, sobretudo nesse período de muitas festas”, diz Quintarelli.

 

Outro exemplo de rede varejista que prevê um aumento no volume de vendas para o mês de junho é a Cooperativa de Consumo. “Estamos entrando com uma campanha de incentivo para que os funcionários das nossas lojas que tiverem o maior desempenho no período ganhem um vale compras para os produtos típicos. Em relação ao ano passado, nossa expectativa é de incremento nas vendas da ordem de 12%”, argumentou o gerente comercial da rede Éder Fernandes.

 

Assim como o dono da rede de supermercados Mundial, Fernandes afirma que percebe um movimento mais forte por parte de regiões periféricas na realização de festas juninas. Porém, ele destaca que a estratégia do negócio permeará de forma “uniforme” todas as 32 lojas da rede – localizadas na cidade de São Paulo e também interior do Estado.

 

“Conforme ocorre tradicionalmente, nossos parceiros da indústria fazem ações nos pontos de venda, com foco especificamente na divulgação de produtos como amendoim, pipoca e doces de época”, explicou ele, lembrando que o tíquete médio aumenta 7% nesse período do ano.

 

Na outra ponta

 

Uma das fabricantes brasileiras que consideram o período de junho como fundamental para os negócios é a Dadinho, que prevê crescimento de 42% no volume de vendas até o final de 2019. “Desde 2016 começamos a diversificar nosso portfólio de produtos inserindo também opções de doce à base de chocolate, como por exemplo bombons e wafer”, diz o diretor de marketing da marca, Anderson Siqueira.

 

Ainda de acordo com ele, a empresa tem buscado parcerias com distribuidores para além das Regiões Sul e Sudeste do País. “Embora nossa presença seja mais forte nesses locais, pretendemos também entrar em outros mercados que antes não eram explorados”.

 

Fonte: DCI

 


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