Indústrias de alimentos podem ter o selo de bem-estar animal

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Atentas à tendência do bem-estar animal na criação de animais de produção, as indústrias processadoras de alimentos estão buscando uma forma mais responsável de fazer negócios.  A mais recente empresa a assegurar este compromisso é a Barilla - maior fabricante de massas do mundo, que recebeu o selo do Instituto Certified Humane para toda a linha de massas com ovos que é produzida no Brasil e chega ao mercado no final de maio.

 

 

A marca italiana segue os passos de outras grandes indústrias alimentícias que viram no selo de bem-estar animal uma oportunidade de se diferenciar no mercado aos olhos do consumidor, que está cada vez mais atento às práticas de manejo e criação dos animais de produção. As brasileiras Korin e Netto Alimentos já fabricam produtos como patê de fígado e hambúrguer de frango e omelete pronta, respectivamente, com o selo. E a chilena Ecoterra produz maionese.

 

A certificação atesta que todos os ingredientes de origem animal utilizados na fabricação das mercadorias são provenientes de produtores que já possuem a certificação de bem-estar animal e seguem regras rigorosas de manejo humanizado. No caso da Barilla, os ovos utilizados nas massas foram produzidos por galinhas criadas longe de qualquer tipo de gaiola, o que traduz o sistema "cage free".

 

"Quanto trouxemos o programa de certificação de bem-estar animal para o Brasil, em 2016, eram só as empresas de animais de produção que buscavam a certificação. Hoje é crescente a procura das processadoras de alimentos pelo selo", afirma o diretor da Certified Humane América Latina, Luiz Mazzon. O interesse tem explicação: a alta rejeição dos consumidores por sistemas de produção que causem sofrimento ou privação aos animais.

 

Respeito aos animais

 

Uma pesquisa encomendada pela ONG Mercy For Animals mostra que 81% das pessoas entrevistadas se preocupam com a forma de tratamento dos animais pelas indústrias de alimentos. O respeito ao bem-estar animal já é um fator determinante na hora dos consumidores decidirem sobre as suas compras no supermercado, de acordo com o estudo realizado pelo Instituto Ipsos. A pesquisa revela que 71% deles  consideraram inaceitável a venda de ovos de galinhas criadas em gaiolas. "A mudança precisa ser feita lá na produção, mas a indústria de processamento tem o seu papel na cadeia ao decidir comprar a matéria-prima apenas de fornecedores que tenham o selo que comprove o bem-estar dos animais", alerta Mazzon.

 

A Barilla chegou ao selo Certified Humane para garantir que seus fornecedores cumpram os critérios estabelecidos de criação com bem-estar animal. De acordo com a gerente de marketing da Barilla, Fabiana Araújo, a empresa espera que com a certificação os consumidores também reconheçam a diferença entre os manejos convencional e humanizado, optando por um consumo mais consciente de produtos de origem animal.

 

Sobre o selo

 

A Certified Humane é uma organização que trabalha para assegurar que o bem-estar dos animais de produção, criados para a alimentação humana, seja seguido do nascimento ao abate. "Os animais são seres sencientes e nosso objetivo é que eles possam expressar seu comportamento natural durante toda a vida, não sintam dor e recebam tratamentos adequados de acordo com cada espécie", destaca Luiz Mazzon. Atualmente, mais de 40 empresas já possuem o selo na América Latina e Ásia.

 

Para utilizar o selo em seus produtos, as empresas processadoras de alimentos devem seguir algumas regras:

 

·         Todos os ingredientes de origem animal destes produtos precisam ser certificados pela Certified Humane;

·         Ingredientes e produtos certificados devem ser identificados e segregados durante a armazenagem, manipulação e fabricação;

·         É preciso que as empresas mantenham todos os registros que comprovem a natureza dos ingredientes adquiridos e que tenham procedimentos de segregação formalizados;

·         As indústrias necessitam seguir todos os padrões Certified Humane para a rotulagem e uso do selo e devem receber anualmente uma auditoria de rastreabilidade da certificadora.

 

 

Fonte: Terra

 

 

 


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