Resultado deve ser favorecido por bom volume de lançamentos e também pelo impacto da pandemia
De acordo com estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), a produção deste setor deve crescer em torno de 3% em 2021. Dentre os fatores de influência desta estimativa, está o impacto da pandemia da covid-19 no aumento da demanda por produtos de limpeza.
O setor, que fechou o ano de 2020 com volume de produção estável, na comparação com o ano de 2019, vem crescendo acima do PIB há alguns anos e a pandemia, apesar de ter provocado uma demanda maior por produtos de desinfecção, exigiu que as indústrias tivessem que adaptar, rapidamente, suas estratégias para garantir acesso da população a itens de limpeza. "Vivemos uma montanha-russa no ano passado. As empresas tiveram que alterar cronogramas de lançamento e lidar com aumentos súbitos de demanda em determinados produtos, como água sanitária, desinfetantes e sabão em barra. Como o setor costuma basear suas estratégias em planejamentos de longo prazo, foi um grande desafio", diz Paulo Engler, diretor-executivo da entidade.
Para se ter uma ideia da volatilidade enfrentada em 2020, de janeiro a julho, o setor cresceu 5,9%, em relação ao mesmo período de 2019. No entanto, a produção caiu, bruscamente, no segundo semestre, fazendo com que o volume de produção encerrasse o ano em estabilidade. "A queda coincide com a diminuição do Auxílio Emergencial", diz Engler, lembrando que, mesmo com a baixa no segundo semestre, o setor fechou com números melhores que os da indústria em geral, que caiu 4,5%, segundo o IBGE, e o próprio recuo estimado do PIB. "Comparativamente, estamos bem. Além disso, viemos de uma base alta, por conta do crescimento forte nos últimos anos", conclui.
O diretor executivo da ABIPLA acredita que, em 2021, o mercado, que responde por um faturamento anual de mais de R$ 26 bilhões, deverá receber lançamentos de diversos segmentos, como limpeza perfumada, detergentes para roupas, amaciantes e produtos multiuso. "O mercado deve ser bem movimentado este ano. Alguns lançamentos acabaram sendo diferidos, por conta da pandemia, e já notamos que as indústrias vêm se estruturando para colocar novos produtos no mercado em breve, o que também deve colaborar para a manutenção dos níveis de empregos diretos do setor na área fabril, hoje em torno de 58 mil pessoas com carteira assinada", acrescenta Engler.
Fonte: Revista SuperHiper