O empresário Abílio Diniz riu por último de novo. As ações do Grupo Pão de Açúcar, que haviam caído diante dos rumores de que a rede varejista iria entrar pesado na distribuição de eletroeletrônicos um negócio complicado em qualquer lugar do mundo voltaram a subir após a compra do Ponto Frio, anunciada no início de junho. Na segunda-feira 20, o Pão de Açúcar atingiu um valor de mercado de R$ 10 bilhões. A alta em 30 dias é de quase 14% e, no ano, 34%. Os investidores, que esperavam economias de R$ 500 milhões com a sinergia entre as duas empresas, começam a refazer as contas e acham que as vantagens podem chegar a R$ 1 bilhão. Ou seja, a compra do Ponto Frio por R$ 825 milhões pode sair de graça para os acionistas.
Pelo acordo, a vendedora, Lily Safra receberia uma parte em dinheiro mais 4,5% do capital do Pão de Açúcar em ações preferenciais. A expectativa é que os atuais acionistas exerçam o direito de preferência por essas ações e Lily receba tudo em dinheiro. Dentro do QG de Abílio Diniz, há quem defenda uma nova “missão impossível”: convencer Lily a reinvestir esse dinheiro na empresa e manter-se como grande acionista minoritária. Seu assento no Conselho de Administração já está garantido. Mas será que a empresária, que vive em Nova York e não via a hora de se livrar do último grande negócio no País, gostaria de manter investimentos no Brasil?
Veículo: Revista Isto É Dinheiro